segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O ADVENTO, TEMPO DE REFLETIR E CELEBRAR

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Segundo o calendário litúrgico, hoje a Igreja de Cristo está adentrando num período chamado de advento. Este período consiste de quatro semanas no qual a Igreja, alegrando-se com a primeira vinda de Cristo, antecipa com esperança a sua segunda vinda.

Estas quatro semanas antecedem o fato primordial que revolucionou a história de toda a humanidade e, em especial, a história de cada um de nós que já tivemos um encontro pessoal com Cristo Jesus. O fato que estou me referindo é o Natal, quando nós comemoramos o nascimento dAquele que era, é e há de vir, Jesus Cristo.

Advento quer dizer, literalmente, aparecimento, surgimento, chegada, segundo o dicionário eletrônico Houaiss. É, portanto, o aparecimento de Jesus, dAquele que nos resgatou da prisão do pecado, nos livrou do domínio e da servidão do pecado. E nos tornou filhos de Deus por adoção.

Isto está claro no texto do Apóstolo Paulo aos Gálatas 4,4-7. No advento nós, a Igreja de Cristo, começamos a celebrar o aparecimento, a concretização da promessa de salvação que Deus havia feito através dos profetas. E como diz o texto de Gálatas acima citado, chegou a plenitude do tempo, o momento onde a salvação encarnou-se, onde o unigênito do Pai veio habitar entre nós e nos mostrar o que é ser realmente humano e ao mesmo tempo, mostrar como Deus age.

Neste período, esteja se preparando para celebrar, não apenas os presentes, não apenas o jantar e almoço com a família, mas sim, a vinda dAquele que nos deu o maior bem que poderíamos desejar, a salvação. Viva este período do advento refletindo sobre tudo o que Deus fez, faz e fará na sua vida, pela sua vida e através da sua vida.

Destarte, hoje começamos mais uma vez a viver e lembrar da história da salvação dos seres humanos, em especial, a nossa história da salvação. E ao viver e lembrar disto, sinta, veja e pense que tudo começou e se concretizou por causa de um amor incompreensível por nós. No entanto, um amor que nos toca, transforma e nos faz ver como somos amados e queridos por Deus. Que Deus lhe abençoe!

Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sábado, 14 de novembro de 2009

APAGÃO ESPIRITUAL

Nesta semana vivemos uma experiência diferenciada com o apagão que atingiu vários estados do Brasil, especialmente o Rio de Janeiro.escuridao

Eu estava dirigindo quando aconteceu e a sensação foi muito curiosa, pois até mesmo a rádio que ouvia no momento ficou muda. Juro que um dos pensamentos que permeou minha mente foi, Jesus está voltando?

Quando percebi que ainda não era a volta de Jesus e que apenas estava faltando luz, fiquei mais tranqüilo. No entanto, quando sintonizo na rádio que toca notícia, ouvi que estava acontecendo um apagão em vários locais do país.

É impressionante o que acontece quando falta luz. Um verdadeiro caos se estatui. Ficamos sem direção, perdidos. Ademais, ficamos impossibilitados de fazer a grande maioria das coisas ou até ficamos estagnados, parados, sem o que fazer. Parece que com as trevas oriundas da falta de luz, o grande vazio que tamponamos com as várias atividades aparece de forma incontestável. A alternativa que muitos assumem é dormir que podemos até considerar uma grande metáfora da morte.

Foi neste emaranhado de pensamentos que me lembrei do texto: De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida (João 8:12). Duas coisas aconteceram, a saber: em primeiro lugar fiquei apaziguado, pois afinal Jesus, o verbo encarnado, é a luz da minha vida até mesmo no apagão, pois Jesus ainda continuava sendo a luz da minha vida. Em segundo lugar lembrei-me dos que estão perdidos, sem luz, sem direção, sem Deus no mundo. Estes vivem continuamente no apagão espiritual.sol

Destarte, temos dois grandes ensinamentos diante de nós. Jesus é a nossa luz e quando vivemos com Ele não andaremos nas trevas, mesmo quando o apagão acontece. Além deste ensinamento, temos o outro que diz respeito a nossa missão de anunciar esta luz que nos ilumina para aqueles que ainda vivem no apagão espiritual.

Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Os Princípios da Reforma – parte II

Continaundo nossa explanação sobre os princípios da Reforma, vamos ao segundo:

 Cristo na Cruz imagem do filme

2º Princípio: Solus Christus - “Somente Cristo” ou a suficiência e exclusividade de Cristo

1) O ensino da ICAR

A respeito de Jesus Cristo, o ensino da ICAR é basicamente igual ao dos reformadores sobre a encarnação, nascimento virginal, divindade, morte vicária e ressurreição. O problema surgiu porque os reformadores se levantaram contra os ensinos da ICAR sobre o perdão dado pelo Papa, o culto a Maria instituído pela igreja em 431, o culto às imagens instituído em 787, a canonização dos santos instituído em 933 e etc.

Estes ensinos caracterizavam, como ainda caracterizam, o afastamento da ICAR da Palavra de Deus, do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Isto porque ao cultuarem Maria, os santos e imagens, eles os colocam como mediadores entre Deus e o ser humano. É verdade que teologicamente a ICAR sustenta que não há adoração a Maria e aos Santos, há veneração. Não obstante, basta ouvirmos atentamente as falas dos fiéis nas romarias e outras atividades afins que verificamos um verdadeiro culto aos santos e a Maria, colocando-os verdadeiramente como mediadores entre os seres humanos e o Senhor.

O culto a Maria talvez seja um dos aspectos mais fortes do catolicismo hodierno, pois a ICAR entende que Maria sendo mãe de Jesus Cristo, torna-se a mãe do próprio Deus e, por conseguinte, a mãe de toda a igreja. Ainda pior é colocá-la como co-redentora, ou seja, Jesus não é suficiente na redenção, porque Maria é participante e integra a redenção do ser humano. Apesar de isto não ser ainda um dogma oficial da ICAR, na prática é o que existe e acontece.

Isto é tão sério que para a ICAR Maria é considerada uma pessoa que nasceu sem pecado, isenta de pecado e, por conseguinte, sem a necessidade de salvação por meio de Jesus Cristo. Isto porque ela é a mãe de Deus. Sendo assim, ela também é uma intercessora para que o ser humano seja salvo.

2) O ensino da Reforma

Lutero – É verdade que Lutero inicialmente não rompeu totalmente com os ensinos da ICAR, porém, em relação ao perdão dado pelo Papa, Lutero foi radical. Olhemos as teses 5 e 6: O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais. 6ª Tese O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados.

Os reformadores no geral se opuseram a elevação de qualquer pessoa ao status de mediador entre Deus e o ser humano, inclusive Maria e os santos. Isto porque a Palavra de Deus ensina claramente que Jesus é o único mediador e redentor, não há salvação, não há nada existente, ou que já existiu, que possa se ligar a Ele ou substituí-Lo.

Alguns textos importantes sobre este ensino bíblico: 1 Tm 2,5; Hb 7; At 4,12; At 14,15; 1Co 2,2; Jo 14,6

3) Implicações hodiernas

Hoje este princípio precisa ser lembrado, pregado e vivido, pois o ecumenismo que permeia a nossa sociedade vai de encontro exatamente com a suficiência e exclusividade da obra da redenção de Jesus Cristo. Ao pregarem que é possível que outra pessoa seja um caminho para se alcançar a Deus, estamos ouvindo algo que vai de encontro com o princípio reformado o qual reflete o ensino das Escrituras.

Conclusão

Para concluir, vamos mostrar o que a Confissão de Fé de Westminster fala a respeito da Bíblia:
Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado.

O Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e da substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas - a Divindade e a humanidade - foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão composição ou confusão; essa pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porém, um só Cristo, o único Mediador entre Deus e o homem.

O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida ungido com o Espírito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e ciência. Aprouve ao Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas mãos todo o poder e todo o juízo e lhe ordenou que os exercesse.

Este ofício o Senhor Jesus empreendeu mui voluntariamente. Para que pudesse exercê-lo, foi feito sujeito à lei, que ele cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos; foi crucificado e morreu; foi sepultado e ficou sob o poder da morte, mas não viu a corrupção; ao terceiro dia ressuscitou dos mortos com o mesmo corpo com que tinha padecido; com esse corpo subiu ao céu, onde está sentado à destra do Pai, fazendo intercessão; de lá voltará no fim do mundo para julgar os homens e os anjos.

O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício que pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça do Pai. e para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu não só a reconciliação, como também uma herança perdurável no Reino dos Céus.

Ainda que a obra da redenção não foi realmente cumprida por Cristo senão depois da sua encarnação; contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela, em todas as épocas sucessivamente desde o princípio do mundo, foram comunicados aos eleitos naquelas promessas, tipos e sacrifícios, pelos quais ele foi revelado e significado como a semente da mulher que devia esmagar a cabeça da serpente, como o cordeiro morto desde o princípio do mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Cristo, na obra da mediação, age de conformidade com as suas duas naturezas, fazendo cada natureza o que lhe é próprio: contudo, em razão da unidade da pessoa, o que é próprio de uma natureza é às vezes, na Escritura, atribuído à pessoa denominada pela outra natureza.

Cristo, com toda a certeza e eficazmente aplica e comunica a salvação a todos aqueles para os quais ele a adquiriu. Isto ele consegue, fazendo intercessão por eles e revelando-lhes na palavra e pela palavra os mistérios da salvação, persuadindo-os eficazmente pelo seu Espírito a crer e a obedecer, dirigindo os corações deles pela sua palavra e pelo seu onipotente poder e sabedoria, da maneira e pelos meios mais conformes com a sua admirável e inescrutável dispensação.

Rev Marcio Tenponi Pacheco

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©2007 '' Por Elke di Barros