segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O ADVENTO, TEMPO DE REFLETIR E CELEBRAR

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Segundo o calendário litúrgico, hoje a Igreja de Cristo está adentrando num período chamado de advento. Este período consiste de quatro semanas no qual a Igreja, alegrando-se com a primeira vinda de Cristo, antecipa com esperança a sua segunda vinda.

Estas quatro semanas antecedem o fato primordial que revolucionou a história de toda a humanidade e, em especial, a história de cada um de nós que já tivemos um encontro pessoal com Cristo Jesus. O fato que estou me referindo é o Natal, quando nós comemoramos o nascimento dAquele que era, é e há de vir, Jesus Cristo.

Advento quer dizer, literalmente, aparecimento, surgimento, chegada, segundo o dicionário eletrônico Houaiss. É, portanto, o aparecimento de Jesus, dAquele que nos resgatou da prisão do pecado, nos livrou do domínio e da servidão do pecado. E nos tornou filhos de Deus por adoção.

Isto está claro no texto do Apóstolo Paulo aos Gálatas 4,4-7. No advento nós, a Igreja de Cristo, começamos a celebrar o aparecimento, a concretização da promessa de salvação que Deus havia feito através dos profetas. E como diz o texto de Gálatas acima citado, chegou a plenitude do tempo, o momento onde a salvação encarnou-se, onde o unigênito do Pai veio habitar entre nós e nos mostrar o que é ser realmente humano e ao mesmo tempo, mostrar como Deus age.

Neste período, esteja se preparando para celebrar, não apenas os presentes, não apenas o jantar e almoço com a família, mas sim, a vinda dAquele que nos deu o maior bem que poderíamos desejar, a salvação. Viva este período do advento refletindo sobre tudo o que Deus fez, faz e fará na sua vida, pela sua vida e através da sua vida.

Destarte, hoje começamos mais uma vez a viver e lembrar da história da salvação dos seres humanos, em especial, a nossa história da salvação. E ao viver e lembrar disto, sinta, veja e pense que tudo começou e se concretizou por causa de um amor incompreensível por nós. No entanto, um amor que nos toca, transforma e nos faz ver como somos amados e queridos por Deus. Que Deus lhe abençoe!

Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sábado, 14 de novembro de 2009

APAGÃO ESPIRITUAL

Nesta semana vivemos uma experiência diferenciada com o apagão que atingiu vários estados do Brasil, especialmente o Rio de Janeiro.escuridao

Eu estava dirigindo quando aconteceu e a sensação foi muito curiosa, pois até mesmo a rádio que ouvia no momento ficou muda. Juro que um dos pensamentos que permeou minha mente foi, Jesus está voltando?

Quando percebi que ainda não era a volta de Jesus e que apenas estava faltando luz, fiquei mais tranqüilo. No entanto, quando sintonizo na rádio que toca notícia, ouvi que estava acontecendo um apagão em vários locais do país.

É impressionante o que acontece quando falta luz. Um verdadeiro caos se estatui. Ficamos sem direção, perdidos. Ademais, ficamos impossibilitados de fazer a grande maioria das coisas ou até ficamos estagnados, parados, sem o que fazer. Parece que com as trevas oriundas da falta de luz, o grande vazio que tamponamos com as várias atividades aparece de forma incontestável. A alternativa que muitos assumem é dormir que podemos até considerar uma grande metáfora da morte.

Foi neste emaranhado de pensamentos que me lembrei do texto: De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida (João 8:12). Duas coisas aconteceram, a saber: em primeiro lugar fiquei apaziguado, pois afinal Jesus, o verbo encarnado, é a luz da minha vida até mesmo no apagão, pois Jesus ainda continuava sendo a luz da minha vida. Em segundo lugar lembrei-me dos que estão perdidos, sem luz, sem direção, sem Deus no mundo. Estes vivem continuamente no apagão espiritual.sol

Destarte, temos dois grandes ensinamentos diante de nós. Jesus é a nossa luz e quando vivemos com Ele não andaremos nas trevas, mesmo quando o apagão acontece. Além deste ensinamento, temos o outro que diz respeito a nossa missão de anunciar esta luz que nos ilumina para aqueles que ainda vivem no apagão espiritual.

Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Os Princípios da Reforma – parte II

Continaundo nossa explanação sobre os princípios da Reforma, vamos ao segundo:

 Cristo na Cruz imagem do filme

2º Princípio: Solus Christus - “Somente Cristo” ou a suficiência e exclusividade de Cristo

1) O ensino da ICAR

A respeito de Jesus Cristo, o ensino da ICAR é basicamente igual ao dos reformadores sobre a encarnação, nascimento virginal, divindade, morte vicária e ressurreição. O problema surgiu porque os reformadores se levantaram contra os ensinos da ICAR sobre o perdão dado pelo Papa, o culto a Maria instituído pela igreja em 431, o culto às imagens instituído em 787, a canonização dos santos instituído em 933 e etc.

Estes ensinos caracterizavam, como ainda caracterizam, o afastamento da ICAR da Palavra de Deus, do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Isto porque ao cultuarem Maria, os santos e imagens, eles os colocam como mediadores entre Deus e o ser humano. É verdade que teologicamente a ICAR sustenta que não há adoração a Maria e aos Santos, há veneração. Não obstante, basta ouvirmos atentamente as falas dos fiéis nas romarias e outras atividades afins que verificamos um verdadeiro culto aos santos e a Maria, colocando-os verdadeiramente como mediadores entre os seres humanos e o Senhor.

O culto a Maria talvez seja um dos aspectos mais fortes do catolicismo hodierno, pois a ICAR entende que Maria sendo mãe de Jesus Cristo, torna-se a mãe do próprio Deus e, por conseguinte, a mãe de toda a igreja. Ainda pior é colocá-la como co-redentora, ou seja, Jesus não é suficiente na redenção, porque Maria é participante e integra a redenção do ser humano. Apesar de isto não ser ainda um dogma oficial da ICAR, na prática é o que existe e acontece.

Isto é tão sério que para a ICAR Maria é considerada uma pessoa que nasceu sem pecado, isenta de pecado e, por conseguinte, sem a necessidade de salvação por meio de Jesus Cristo. Isto porque ela é a mãe de Deus. Sendo assim, ela também é uma intercessora para que o ser humano seja salvo.

2) O ensino da Reforma

Lutero – É verdade que Lutero inicialmente não rompeu totalmente com os ensinos da ICAR, porém, em relação ao perdão dado pelo Papa, Lutero foi radical. Olhemos as teses 5 e 6: O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais. 6ª Tese O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados.

Os reformadores no geral se opuseram a elevação de qualquer pessoa ao status de mediador entre Deus e o ser humano, inclusive Maria e os santos. Isto porque a Palavra de Deus ensina claramente que Jesus é o único mediador e redentor, não há salvação, não há nada existente, ou que já existiu, que possa se ligar a Ele ou substituí-Lo.

Alguns textos importantes sobre este ensino bíblico: 1 Tm 2,5; Hb 7; At 4,12; At 14,15; 1Co 2,2; Jo 14,6

3) Implicações hodiernas

Hoje este princípio precisa ser lembrado, pregado e vivido, pois o ecumenismo que permeia a nossa sociedade vai de encontro exatamente com a suficiência e exclusividade da obra da redenção de Jesus Cristo. Ao pregarem que é possível que outra pessoa seja um caminho para se alcançar a Deus, estamos ouvindo algo que vai de encontro com o princípio reformado o qual reflete o ensino das Escrituras.

Conclusão

Para concluir, vamos mostrar o que a Confissão de Fé de Westminster fala a respeito da Bíblia:
Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado.

O Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e da substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas - a Divindade e a humanidade - foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão composição ou confusão; essa pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porém, um só Cristo, o único Mediador entre Deus e o homem.

O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida ungido com o Espírito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e ciência. Aprouve ao Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas mãos todo o poder e todo o juízo e lhe ordenou que os exercesse.

Este ofício o Senhor Jesus empreendeu mui voluntariamente. Para que pudesse exercê-lo, foi feito sujeito à lei, que ele cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos; foi crucificado e morreu; foi sepultado e ficou sob o poder da morte, mas não viu a corrupção; ao terceiro dia ressuscitou dos mortos com o mesmo corpo com que tinha padecido; com esse corpo subiu ao céu, onde está sentado à destra do Pai, fazendo intercessão; de lá voltará no fim do mundo para julgar os homens e os anjos.

O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício que pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça do Pai. e para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu não só a reconciliação, como também uma herança perdurável no Reino dos Céus.

Ainda que a obra da redenção não foi realmente cumprida por Cristo senão depois da sua encarnação; contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela, em todas as épocas sucessivamente desde o princípio do mundo, foram comunicados aos eleitos naquelas promessas, tipos e sacrifícios, pelos quais ele foi revelado e significado como a semente da mulher que devia esmagar a cabeça da serpente, como o cordeiro morto desde o princípio do mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Cristo, na obra da mediação, age de conformidade com as suas duas naturezas, fazendo cada natureza o que lhe é próprio: contudo, em razão da unidade da pessoa, o que é próprio de uma natureza é às vezes, na Escritura, atribuído à pessoa denominada pela outra natureza.

Cristo, com toda a certeza e eficazmente aplica e comunica a salvação a todos aqueles para os quais ele a adquiriu. Isto ele consegue, fazendo intercessão por eles e revelando-lhes na palavra e pela palavra os mistérios da salvação, persuadindo-os eficazmente pelo seu Espírito a crer e a obedecer, dirigindo os corações deles pela sua palavra e pelo seu onipotente poder e sabedoria, da maneira e pelos meios mais conformes com a sua admirável e inescrutável dispensação.

Rev Marcio Tenponi Pacheco

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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Os Princípios da Reforma – parte I

Introdução

A Reforma Protestante do século XVI tem como seu marco histórico inicial uma atitude de um monge chamado Martim Lutero. No dia 31 de Outubro de 1517 Lutero afixou na porta da catedral de Wittenberg, na Alemanha, suas 95 teses. Esta atitude era a forma daquele tempo para convidar pessoas interessadas ao debate sobre um determinado tema.

As 95 teses de Lutero tinham como tema central à questão das indulgências e ninguém se prontificou a debater com Lutero o tema, porém, sua atitude trouxe profundas implicações, pois em pouco tempo as 95 teses foram conhecidas por quase toda a Alemanha. E isto, como também outros escritos seus, culminaram na sua ex-comunhão da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana).

A Reforma foi um movimento amplo e perfez inúmeras implicações na vida religiosa, moral, ética, econômica, política e etc... A Reforma como movimento religioso, apresentou cinco princípios fundamentais, que são conhecidos através de expressões em latim: Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, Sola Fide e Soli Deo Gloria.

Destarte, é importante ressaltar que a atitude de Lutero e dos outros reformadores, que culminaram nos cinco princípios da Reforma, atingiram o cerne do problema existente na ICAR, a saber: o distanciamento da Palavra de Deus, das Escrituras. A ICAR ao se distanciar das Escrituras estava apresentando inúmeros desvios e males.

É por isso que hoje iniciaremos o estudo sobre os cinco princípios da Reforma apresentando como primeiro princípio o Sola Scriptura, que significa “Somente a Escritura” ou a autoridade e suficiência das Escrituras.bíblia

1º Princípio: Sola Scriptura - “Somente a Escritura” ou a autoridade e suficiência das Escrituras

1) A Autoridade

O princípio Sola Scriptura em primeiro lugar aponta para uma importante questão, a Autoridade das Escrituras. A ICAR entendia, e entende até hoje, que a Bíblia é a Palavra de Deus e é importantíssima. Porém, ao lado das Escrituras, no mesmo nível de importância e autoridade, coloca a tradição. A tradição são as decisões dos diversos concílios e do Papa, quando este fala oficialmente (ex cathedra) em matéria de fé e moral.

É justamente neste aspecto que há uma imensa divergência entre os postulados reformados e a ICAR. Os reformadores e as igrejas oriundas da Reforma entendem que as Escrituras, a Palavra de Deus, é a única regra de fé e prática, ou seja, não há nada que tenha a mesma importância e autoridade que as Escrituras.

É importante ressaltar que isto não quer dizer que os reformadores negaram e negligenciaram a história, as decisões dos concílios e os costumes da Igreja de Cristo. Os reformadores entenderam que tudo isto era importante, no entanto, deveriam ser colocados sob a autoridade das Escrituras, deveriam ser entendidos, aceitos e avaliados a partir das Escrituras.

A autoridade das Escrituras é intrínseca para os reformadores, não depende da Igreja ou qualquer pessoa assentir a Sua autoridade. Isto porque, como diz 2 Pedro 1,21, ela foi escrita por homens santos inspirados pelo Espírito Santo e assim, é a revelação do próprio Deus.

2) A Superioridade das Escrituras

Outra questão importante apresentada neste princípio é a superioridade das Escrituras. A própria Palavra de Deus mostra, como no Salmo 19,1-2, que Deus é revelado através de toda a criação. No entanto, esta revelação não é suficiente para a salvação. Esta só é possível através da Revelação Especial de Deus, ou seja, a Sua Palavra, as Escrituras.

Isto também é visto na própria Palavra de Deus, em vários versículos. No Salmo 19 mesmo isto é mostrado nos vv.7-11. Também em 2 Timóteo 3,16-17; Romanos 15,4. Assim, conseguimos entender mais acuradamente o que é a Palavra de Deus. Ela é a revelação de Deus, a revelação de Deus salvando o ser humano.

3) O Centro das Escrituras e a sua Chave

As Escrituras possuem apenas um centro, ou seja, tudo gira em torno de uma pessoa apenas, Jesus Cristo. Em toda a Escritura Cristo está presente, pois Ele é o centro. Ademais, a chave de leitura da Palavra de Deus é também Cristo, ou seja, para entendermos as Escrituras é preciso saber que Jesus Cristo é o meio pelo qual isto é possível. Ele mesmo disse isto em João 5,39.

4) O livre exame

Os reformadores também apresentaram uma importante questão, o livre exame. A ICAR entendia que a Bíblia não devia ser lida pelos leigos, porque julgava que eles não seriam capazes de entender, como também, seria até perigoso deixar que qualquer pessoa lesse.

Foi na Reforma que as Escrituras passaram a ser traduzidas para as línguas vulgares, pois os reformadores acreditavam que Deus, através do Espírito Santo, iluminava a mente e os corações dos pios crentes.

É importante ressaltar que o livre exame não é uma licença para que cada um faça a sua interpretação subjetiva e exclusivista, porque Deus não é Deus de confusão, de ambigüidade. Por isso, a história da Igreja é importante, por isso Deus levanta, até hoje, homens escolhidos para equipar, aperfeiçoar e ensinar a Igreja, como nos mostra Efésios 4,11-12.

Além disto, uma regra importante que os reformadores nos deixaram para a interpretação das Escrituras é: Doutrina não é formada a partir de apenas um versículo e também, a Escritura interpreta a própria Escritura, ou seja, os versículos mais claros esclarecem os mais obscuros.

5) Implicações hodiernas

Hoje em dia a Bíblia alcançou um nível de divulgação elevadíssimo. O que poderia nos acalmar e nos fazer entender que o princípio de Sola Scriptura não seja mais tão importante quanto o foi. Todavia, hoje também é o tempo que este princípio deva ser relembrado, vivido e entendido, porque apesar da grande divulgação, as Escrituras têm sido cada vez mais deixadas de lado. Isto de duas maneiras, basicamente:

a) Pelos conhecidos como liberais, que atacam e tentam com grande força destruírem a autoridade da Palavra de Deus, afirmando que nela há erros e coisas do tipo.

b) Pelos neo-pentecostais, que apesar de lerem versículos bíblicos, fazem pregações e ensinam muitas coisas que são contraditórias ao ensino das Escrituras, ou pregam apenas mensagens de auto-ajuda, para alegrar pessoas e apaziguar os corações. Além disto, também apresentam profecias e revelações que não estão na Bíblia, que contradizem a Bíblia e muitas vezes ganham notoriedade, importância e autoridade igual a da Palavra de Deus.

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Conclusão

Para concluir, vamos mostrar o que a Confissão de Fé de Westminster fala a respeito da Bíblia:

Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.

Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e de prática:

A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.

Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações.

Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas.

Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas.

O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras.

A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente.

O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura.

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

REFORMA HOJE ?

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No próximo dia 31 comemoramos o aniversário da Reforma Protestante. Isto porque um monge chamado Martinho Lutero (1483-1546) discordou da ordem estabelecida pela Igreja Apostólica Católica Romana e fixou 95 teses na igreja de Wittenberg, como a tradição normalmente aponta, no dia 31 de Outubro de 1517.

Contudo, a Reforma Protestante não ficou restrita apenas ao âmbito religioso, ela alçou praticamente todos os aspectos e âmbitos da vida. A Reforma Protestante mudou as relações na política, na economia, na ordem social, na ordem educacional etc. Ademais, a Reforma Protestante também foi de encontro aos anseios e vicissitudes que o povo da sua época desejava. O povo estava sofrendo por vários motivos e necessitava de respostas, consolo, palavras e amor. A Reforma Protestante impactou e mudou a vida de muitas pessoas.

É evidente que a Reforma Protestante não foi o único movimento existente em sua época, também não foi a única influência para as diversas mudanças ocorridas. No entanto, é inegável que ela tenha participado de forma imarcescível.

E isto é motivo para nós presbiterianos nos orgulharmos, pois somos descendentes deste maravilhoso movimento histórico, que na realidade foi um movimento feito por Deus no curso da história da humanidade.

 Reforma hojeTodavia, é importante refletirmos sobre a seguinte assertiva: aqueles homens foram levantados por Deus em suas épocas para serem instrumentos poderosos em Suas mãos, hoje nós temos esta responsabilidade. Como se diz popularmente, “quem vive de passado é museu”, nós não podemos viver apenas do saudosismo, precisamos tomar consciência e trabalhar hoje para promover um movimento atual para transformarmos a realidade hodierna.

Logo, diante desta comemoração importante, temos que avaliarmos a nossa posição, a nossa postura e a nossa vida. Estamos de fato fazendo jus ao status de descendentes da Reforma Protestante?

É algo a se pensar e refletir.

Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Vale tudo para encher as igrejas

Esta semana saiu a notícia abaixo. Não deixem de abrir o link e ler, para entender meus comentários:
Noites de luta e reggae 'enchem igrejas evangélicas no Brasil', diz 'NYT' - Estadao.com.br

Quando li a notícia fiquei pensando nos dias em que eu era seminarista, evangelizando na cidade de Olinda, Pernambuco, em bairros famosos pelo alto índice de jovens e drogas. Eu costumava promover encontros com música "gospel" para reunir os jovens, realizar acampamentos e eventos onde sempre havia a pregação da Palavra e evangelização.

Mas, sempre nos deparávamos com um problema: onde arrebanhar os jovens que se "convertiam" nestes eventos? Eles estranhavam demais as igrejas tradicionais, para onde os enviávamos. E os membros destas igrejas também os estranhavam, pela maneira de se vestirem, tatuagens, brinquinhos, cabeludos... ficávamos diante de duas alternativas. A primeira, que nunca quisemos, de abrir uma igreja diferente para abrigar estes jovens. A segunda, que acabou não funcionando, que era convencer os pastores das igrejas tradicionais a se adaptarem ou criarem espaços em suas igrejas para receber estes jovens, uma espécie de ante-câmara preparativa para o ingresso nas igrejas.

Várias das igrejas históricas tradicionais, diante das rápidas e profundas mudanças culturais que estavam acontecendo na década de 80 e 90, preferiram ficar na zona de conforto cultural e se fecharam para um mínimo de abertura. Adaptações culturais poderiam ter sido feitas, para receber estas gerações, sem comprometer as doutrinas da graça, o culto a Deus, e o bom andamento destas igrejas.

Quando vejo hoje notícias como esta, que encabeça este post, percebo que criar novas igrejas fundadas em cima dos pressupostos, customes e práticas de uma geração -- como por exemplo, o movimento das igrejas emergentes nos Estados Unidos e suas similares aqui no Brasil -- acaba levando a isto que estamos vendo, como a Renascer, tendo que promover sempre novidades, como luta livre, para atrair jovens e mantê-los na comunidade. Por outro lado, lamento que as igrejas tradicionais têm tido dificuldade em fazer adaptações mínimas que possam tornar mais fácil o ingresso desta geração em suas fileiras, como música contemporânea de boa qualidade e teologicamente sadia, liturgias centradas em Deus que ao mesmo tempo engagem o povo em adoração e reflexão, programações sociais e encontros atrantes e relevantes, com conteúdo e diversão, pontes para evangelização que nos coloquem em contato com esta geração e nos permitam levar-lhes de maneira relevante e significativa a mensagem sempre atual do Evangelho de Cristo.

Luta-livre em igrejas evangélicas como método de crescimento de igreja, embora nos choque, é a conclusão lógica da teologia pragmática que sustenta o movimento de crescimento de igrejas, que se pensava que estivesse defunto, mas eis que ressurge pelas pesadas portas abertas das igrejas emergentes. Nesta visão, vale tudo para encher igrejas. E aquelas que não estão dispostas a encher seus salões a qualquer preço, são vistas como retrógradas, sem o Espírito Santo, fechadas, etc.

Comentando o assunto com Solano, ele me escreveu o seguinte: "os jovens precisam também entender que conversão e teologia correta envolvem várias mudanças comportamentais, considerações pelos outros, abnegação – para não forçar os direitos ou estilos de vida sobre os outros. Ou seja, nem toda tradição é careta – muitas coisas têm razão de ser. Uma igreja que se estruture só para jovens ou para abrigar um determinado tipo de cultura, se tiver a teologia correta, cedo verificará a necessidade de estar ministrando a famílias, a ter departamentos infantis, presbíteros, diáconos, etc."

Existem igrejas que têm feito tentativas de acolher a presente geração sem contudo prejudicar o serviço aos mais velhos e sem comprometer a boa teologia, como a de Mark Driscoll, em Seattle, que preza uma teologia correta e prega arrependimento, inerrância da Palavra, céu e inferno, mediação de Cristo e a soberania de Deus; mas que desenvolve uma abordagem contemporânea e assim pode cumprir funções evangelísticas cruciais no Corpo de Cristo, em seu sentido mais amplo.

Todavia, à medida que igrejas como esta do Driscoll envelhecem, e os jovens de hoje começarem a constituir famílias, ter filhos e envelhecer, elas terão de se adaptar outra vez para não perder o rebanho. E lá virão as reuniões de casais, cursos sobre famílias, encontros da terceira idade, reuniões de senhoras, etc. É inevitável. Esta síndrome de Peter Pan destas igrejas cedo esbarrará na realidade inexorável do envelhecimento.

Lamento pelas duas coisas. Primeiro, pela baixaria a que determinados segmentos considerados "evangélicos" pela mídia chegou para encher templos. Segundo, pela aparente incapacidade de uma parte das igrejas históricas de se comunicarem de maneira mais relevante com a atual geração jovem e recebê-la em suas comunidades, sem jamais comprometer ou diluir a boa doutrina e prática do Evangelho.

Rev. Augustus Nicodemus Lopes  em http://tempora-mores.blogspot.com/2009/09/vale-tudo-para-encher-as-igrejas.html

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nossas Crianças

“Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus.” Mt 18.2-4

Dia 12 de OutubJesus e criançasro, dia das crianças. O Dia Mundial da Criança, oficialmente, é 20 de novembro, data que a ONU (Organizações das Nações Unidas) reconhece como Dia Universal das Crianças por ser a data em que foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança. Porém, a data efetiva de comemoração varia de país para país. No Brasil, o Dia da Criança é comemorado em 12 de outubro, que é um feriado. Comumente, estas datas comemorativas servem para homenagear e valorizar, como: Dia da Mulher, Dia das Mães, Dia do professor etc.

Durante muito tempo, e ainda nos dias de hoje, vimos e vemos em nossas igrejas, as crianças sendo tratadas como “os crentes de amanhã”, mas, mesmo com essa filosofia, não se investiam nas crianças, considerando-as como causadoras de desordem no culto. Cristo Jesus nos ensina que, as crianças são bem vindas na Igreja e, que nós, os adultos, de modo algum podemos dizer o contrário. Em outra ocasião, Jesus usou uma criança para instruir seus discípulos contra a soberba e a vaidade de querer ser o maior no Reino dos Céus, se utilizando, como exemplo de humildade e dependência, uma criança.

Nesta data comemorativa e em todos os dias do ano, olhemos para os nossos pequeninos sabendo que isso é agradável perante o Senhor. Sejamos para elas pedras de passagem e não de tropeço. Não vamos embaraçar a mente dos nossos infantes crentes, mas iluminemos seus corações como a alegria de Cristo.

E que Deus nos ajude a sermos como crianças.

Seminarista Hebenezer

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

SÓ OBSERVANDO!

O pastor de uma igreja decidiu observar as pessoas que entravam para orar. A porta se abriu e um homem de camisa esfarrapada adentrou pelo corredor centobservandoral. O homem se ajoelhou, inclinou a cabeça, levantou-se e foi embora. Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma cena se repetia. Cada vez que se ajoelhava por alguns instantes, deixava de lado uma marmita.

A curiosidade do pastor crescia e também o receio de que fosse um assaltante, então decidiu aproximar-se e perguntar o que fazia ali. O velho homem disse que trabalhava numa fábrica, num outro bairro da cidade e que se chamava Jim. Disse que o almoço havia sido há meia hora atrás e que reservava o tempo restante para orar, que ficava apenas alguns momentos porque a fábrica era longe dali.E disse a oração que fazia: 'Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados.Não sei bem como devo orar,mas eu penso em você todos os dias.Assim, Jesus,hoje estou aqui,só observando.'

O pastor, um tanto aturdido, disse que ele seria sempre bem-vindo e que viesse à igreja sempre que desejasse. 'É hora de ir' - disse Jim sorrindo. Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta.

O pastor ajoelhou-se diante do altar, de um modo como nunca havia feito antes. Teve então, um lindo encontro com Jesus. Enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, ele repetiu a oração do velho homem... 'Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar mas penso em você todos os dias. Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.'

Certo dia, o pastor notou que Jim não havia aparecido. Percebendo que sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, começou a ficar preocupado. Foi à fábrica perguntar por ele e luneta descobriu que estava enfermo. Durante a semana em que Jim esteve no hospital, a rotina da enfermaria mudou. Sua alegria era contagiante. A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão simpático como Jim não recebia flores, telefonemas, cartões de amigos, parentes... Nada!

Ao encontrá-lo, o pastor colocou-se ao lado de sua cama. Foi quando Jim ouviu o comentário da enfermeira: - Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar!! Parecendo surpreso, o velho virou-se para o pastor e disse com um largo sorriso: - A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas desde que estou aqui, sempre ao meio-dia ELE VEM! Um querido amigo meu, que se senta bem junto a mim, Ele segura minha mão, inclina-se em minha direção e diz: 'Eu vim só pra lhe dizer quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos. Gosto de ouvir sua oração e penso em você todos os dias. Agora sou eu quem o está observando... e cuidando! ' Jesus disse: 'Se vós tendes vergonha de mim, também me envergonharei de vós diante do meu Pai.' Jesus é sempre o melhor amigo. SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO OBSERVADO (a)!

Transcrito

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

TUDO DÁ CERTO PARA OS OUTROS

Salmo 37,1-5

Em muitos momentos de nossa vida parece que as coisas não mudam, temos a impressão que os sonhos não se concretizarão, mesmo sendo pessoas que vivem o Evangelho e amam a Jesus, os sonhos parecem estar tão distantes de nós. E o pior, vemos outras pessoas, até mesmo aquelas que nada querem saber de Jesus, prosperarem, parecendo que tudo dá certo em suas vidas. Com isso, acabamos ficando, no mínimo, tristes, cabisbaixos etc...derrota

É então que a Palavra de nosso Deus, como sempre, tem algo precípuo a nos revelar. Quando lemos o Salmo 37,1-5, aprendemos coisas tremendas. Em primeiro lugar vemos Deus ressaltando o seguinte: Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade. Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde.

Após esta primeira recomendação que chama a atenção para o fato da alegria dos afastados do Senhor ser apenas fugaz e pífia, pois por mais alegres que pareçam é apenas aparência superficial, o nosso Deus aponta algumas atitudes que precisamos ter em nossa vida. Destarte, nosso Deus nos diz:

Confia no SENHOR – Precisamos ter fé, confiança em nosso Deus que é também o nosso Pastor que cuida de nós; faze o bem – Precisamos, mesmo num mundo violento e desejoso em fazer o mal, precisamos ser aqueles que pregam e fazem o bem a todos; habita na terra – Precisamos viver a nossa vida e não ficar preso a vida dos outros, com os seus ganhos, pois quando ficamos presos à vida dos outros não temos como viver a nossa própria vida; alimenta-te da verdade – buscar o verdadeiro alimento, que é mais do que pão, como disse Jesus em Mateus 4,4 Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus; Agrada-te do SENHOR – ou seja, vivamos alegres com o que o Senhor já tem nos dado, pois Ele já tem feito coisas tremendas em nossas vidas. Precisamos viver algo que muitas vezes é esquecido, a gratidão. Você tem sido grato ao Senhor? Por fim, o Senhor ainda nos fala: Entrega o teu caminho ao SENHOR – Precisamos viver no centro da vontade de Deus, mesmo quando ela não é exatamente o que gostaríamos, pois a felicidade só será realmente encontrada quando estiver no centro da Sua vontade, por isso Ele nos diz, entrega o teu caminho a mim....

Ademais, o nosso Deus faz promessas a nós que buscamos viver estas verdades que Ele mesmo nos orientou dizendo: O Senhor satisfará os desejos do teu coração, pois o mais ele fará. – Quando vivemos como nos orienta a Palavra de nosso Deus, Ele mesmo faz as coisas acontecerem em nossas vidas, basta que tenhamos paciência e aguardemos o tempo certo, ou seja, o tempo dEle. E quando o tempo dEle chegar as coisas acontecerão e veremos a manifestação grandiosa do poder de Deus em nossas vidas. Eu gosto sempre de afirmar o seguinte: Deus está fazendo! Mesmo que não consigamos ver agora, mas Ele está fazendo e as promessas feitas por Ele a nós é justamente isso.

Que o Senhor abençoe a sua vida!

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

OS SACRAMENTOS

As Igrejas Cristãs de forma geral, e especialmente as Reformadas, afirmam que a Palavra de Deus é o centro do culto. No entanto, infelizmente não é isso o que temos visto, pois a Palavra de Deus no culto não se manifesta apenas no âmbito da pregação, mas também quando participamos dos sacramentos, como diria Agostinho, o sacramento é a palavra que pode ser vista.

Destarte, nós deveríamos valorizar os sacramentos muito mais do que fazemos, começando por apreender o que está em jogo quando temos a alegria de participar dos santos sacramentos. Por isso, faço aqui um resumo de um estudo que dei na Igreja sobre os sacramentos. Comecemos então, com a precípua questão:batismo de Jesussantaceia davinci

  O que é um Sacramento?

Sacramento segundo a Confissão de Fé de Westminster:

Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra.

Sacramento segundo o Catecismo Maior de Westminster, pergunta 162:

Um sacramento é uma santa ordenança instituída por Cristo em sua Igreja, para significar, selar e conferir àqueles que estão em pacto da graça os benefícios da mediação de Cristo, para os fortalecer e lhes aumentar a fé em todas as mais graças, e os obrigar à obediência, para testemunhar e nutrir o seu amor e comunhão uns para com os outros, e para distingui-los dos que estão fora.

A partir destas definições bilbico-teológicas, podemos ressaltar a finalidade do sacramento:

" significar ... para os que estão no pacto da graça os benefícios da mediação de Cristo ";

" selar ... para os que estão no pacto da graça os benefícios da mediação de Cristo ";

" conferir ... para os que estão no pacto da graça os benefícios da mediação de Cristo ";

" são sinais ... do pacto da graça ... para representar Cristo e Seus benefícios “;

Marcar .... “diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo”;

União ... “os que participam... deste sacramento, também recebem intimamente, pela fé, a Cristo Crucificado e todos os benefícios de Sua morte e nele se alimentam... real, verdadeira e espiritualmente”.

Portanto, se nós tivermos isto em nossas mentes e corações com toda a certeza começaremos a valorizar mais os santos sacramentos e isto mudará muitas coisas em nossas vidas cristãs, a partir do próprio culto.

Que o Senhor abençoe a sua vida.

No Eterno,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

NÃO TEMEREMOS AINDA QUE ....

Salmo 46

Lendo o Salmo 46 nós temos diante de nós uma grande  confissão de fé. Esta não está vinculada ao equívoco que muitas vezes vemos: pessoas afirmando que os crentes não passam por dificuldades. A confissão de fé do terremoto3salmista salienta outra coisa, que se evidencia na expressão “ainda que”, pois ele diz: ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam.

Vemos assim, que sua palavra não está no sentido de tudo ser certo ou perfeito na vida, ou de não termos problemas e dificuldades, antes a palavra é, ainda que dificuldades apareçam, ainda que problemas surjam, ainda que obstáculos se levantem, ainda que tempestades se formem pelo caminho etc, NÃO TEMEREMOS!

tempestade1 É possível dizer isso porque nossa fé se baseia nas seguintes verdades também expressas pelo Salmo: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Deus está no meio de nossa vida; jamais seremos abalados; Deus nos ajudará desde antemanhã. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. E o que acho mais forte de todos, pois são palavras de Deus diretamente a nós: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.

Portanto, diante dos problemas e dificuldades sustentemos esta confissão de fé como fez o salmista e descansemos nas palavras do Senhor, nos aquietemos porque Jesus é o único e verdadeiro Deus vivo que faz as coisas acontecerem e se transformarem em nossas vidas. Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A MANIFESTAÇÃO DO PODER DE DEUS

Efésios 1,19-23

E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; 

20 o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,

21 acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro.

22 E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja,

23 a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.poder de Deus1

Quando lemos o capítulo 1 da Epístola aos Efésios, vemos o Apóstolo ressaltando, nos versículos 18-19, que é necessário conhecermos três verdades a respeito de Deus, a saber: iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder. E hoje eu gostaria de referir-me ao terceiro aspecto apresentado por Paulo sobre as verdades sobre nosso Deus que precisamos conhecer cada vez mais, ou seja, sobre o poder de Deus.

Com certeza a primeira questão que se levanta, ainda mais nos dias hodiernos, é: Como se dá a manifestação do poder de Deus? Esta é uma precípua questão, pois vemos nos dias atuais grandes falas sobre isso e sempre vemos como fator comum nestas falas o espetacular, como se o poder de Deus agisse especificamente no âmbito do espetacular. Isso é um grande empobrecimento do poder de Deus, pois este se manifesta em todos os âmbitos. Logo, a exortação do Apóstolo para que a Igreja em Éfeso encontre guarida em toda a Igreja de Cristo.

Atentando para o texto, vemos o nosso Deus ressaltando que a manifestação do Seu poder é para com os que cremos, ou seja, a manifestação do poder de Deus se dá na vida dos que crêem em Jesus. Todos aqueles que crêem em Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas já são, por si só, a manifestação do poder de Deus. Isso é tremendo e nos remete ao fato de que o crer, a salvação, é uma ação soberana, misericordiosa e poderosa, de Deus na vida dos seres humanos pecadores e fadados à condenação. É Deus quem salva, é Ele quem nos tira das trevas e nos transporta para a Sua maravilhosa luz, é Ele que nos adota como seus filhos. Olhe só o que nos diz o Evangelho de João 1,12-13. Cremos em Jesus por causa da vontade de Deus e não a nossa.

Outra verdade a respeito da manifestação do poder de Deus está no versículo 20, no qual vemos que a ressurreição de Jesus é a manifestação do poder de Deus. Quando atentamos para esta verdade percebemos que a ressurreição de Jesus foi a vitória sobre a morte e, por conseguinte, sobre o pecado também, já que a morte é o salário do pecado. Destarte, quero lembrar a você que Deus não nos garante uma vida tranqüila e sem problemas e sim, que Deus nos garante a vitória. Para existir a vitória é preciso haver luta, conquista, obstáculos, problemas, dificuldades, por isso, digo novamente, Deus não nos garante um mar de rosas em nossas vidas e sim a certeza da vitória, pois a manifestação do poder de Deus nos garante a vitória.

Por fim, ainda notamos no texto uma terceira verdade sobre a manifestação do poder Deus. A partir do final do versículo 20 até o 23, vemos que a manifestação máxima do poder de Deus é Jesus que está acima de todas as coisas e governa todas as coisas. Assim, quando aparecem pedras em nosso caminho, quando aparecem os problemas em nossas vidas, quando as tempestades atormentam nossas vidas, precisamos lembrar que Jesus está no controle de todas as coisas. Também precisamos, mais do que nunca, apontar que o cristão não precisa ter medo de demônio, de despacho, de diabo ou qualquer outra coisa, pois Jesus está acima disto tudo.

Portanto, gostaria de deixar esta importante mensagem para a sua vida sobre a manifestação do poder de Deus na sua vida.

Que o Senhor abençoe a sua vida!

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sábado, 15 de agosto de 2009

SALVA-NOS! DE QUÊ?


Marcos 11,1-11

Este era o grito da multidão enquanto Jesus Cristo entrava na cidade Santa, Jerusalém, como nos narram os Evangelhos. A palavra Hosana significa um pedido de salvação, sendo posteriormente transformada numa aclamação ou saudação às pessoas importantes.
Destarte, eu gostaria de ressaltar um aspecto desta história e seu desenvolvimento. A multidão que veio aclamando Jesus, gritando para Ele salvar, para Ele estatuir o Reino de Deus, a libertação da dominação romana, a libertação do domínio financeiro etc... é a mesma multidão que posteriormente gritou: “Crucifica-o!” ou mesmo, que se calou omitindo-se de estar ao lado do Messias depois de sua prisão, sofrimento e morte.
É interessante perceber isso, pois quando o Reino que Jesus veio anunciar e estabelecer não se coadunou com as expectativas da multidão, que eram expectativas política e financeiras, a multidão se virou para Jesus, o abandonou, o deixou só.
O Reino de Deus anunciado e estabelecido por Jesus não é uma questão de dinheiro ou posição política, é na verdade a transformação espiritual de tal ordem que o ser humano atingido por ela pode ser chamado de nova criatura (2Co 5,17). Nesta transformação a pessoa tem sua condição mudada, sua relação com Deus e com o próximo também alterada. No Reino de Deus a pessoa segue o resumo dos mandamentos do Senhor, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Portanto, às portas da Páscoa, ou seja, da paixão de Cristo, dito de outra forma, da celebração da prisão, sofrimento, morte e ressurreição de Jesus, eu lhe pergunto: Você é como aquela multidão que gritou para Jesus Hosana (Salva-nos) e abandonou, ou mesmo apoiou, Jesus ser crucificado? Formulada de outra forma a pergunta seria: Você quer os benefícios das bênçãos do Reino de Deus somente no âmbito imanente ou material, não desejando as transformações espirituais e a conformidade com a vontade de Deus?
Pense nestas coisas meu irmão e irmã, para que nesta semana você tenha mais vontade de celebrar a Páscoa do Senhor aqui na Igreja com toda a sua tristeza, alegria e esperança, que perfaz na celebração da Ressurreição no próximo domingo.
Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SER PAI

Pai Ser pai é como o guarda da cidade

que, sempre vigilante, não se cansa.

Ser pai é procurar felicidade,

para deixá-la aos filhos como herança.

 

Ser pai é como, em plena tempestade,

antecipar a calma da bonança.

É como rei vivendo na humildades,

é como grande se fazer criança.

 

Ser pai é ter imenso o coração,

é ter nos lábios sempre uma oração

em favor da família estremecida.

 

Ser pai é se esquecer da própria vida,

é ter os olhos para além do véu.

Ser pai é ver no lar o próprio céu.

Rev. Thiago Rocha

MENSAGEM_MAOS_PAI

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sábado, 1 de agosto de 2009

A RASTEIRA DO ANJO

Anjo Sonhador

Há duas semanas atrás um de nossos irmãos contou um testemunho maravilhoso que nos encheu de alegria. Por isso gostaria de comentá-lo aqui, pois acredito que temos algo precípuo a aprender.

Nosso irmão acordou mais cedo do que necessário para fazer sua devocional. Depois desta, tomou seu café, tomou banho, se vestiu e saiu para o trabalho, como faz todos os dias. No entanto, neste fatídico dia estava  chovendo e nosso irmão ao encaminhar-se para o ponto de ônibus acabou escorregando e levou um grande tombo, pareceu que havia levado uma verdadeira rasteira. QuedaQuando se levantou sua roupa estava toda suja, porque o chão estava todo molhado da chuva.

Levantando-se, deu “glória a Deus” e voltou para casa para trocar de roupa. Porém, sabia que por causa deste contratempo perderia o ônibus que pega todos os dias e chegaria atrasado ao trabalho.

Após trocar-se e ir ao ponto de ônibus, pegou o ônibus cerca de uns 15 minutos mais tarde do que o normal. E mais a frente ainda acabou pegando um grande trânsito e descobriu que o trânsito estava sendo causado por um acidente que havia ocorrido pouco antes.

Quando passou enfrente ao acidente, viu aquele ônibus, que ele pegava todos os dias no mesmo horário e neste dia não tinha conseguido pegar por causa da queda, foi justamente o acidentado. A colisão foi forte e levou cerca de 50 pessoas para o hospital, algumas ficaram em estado grave e até foi noticiado no jornal da televisão.

Ao perceber tudo isso, nosso irmão compreendeu o motivo pelo qual ele havia levado aquela queda. Ele caiu para que não estivesse no ônibus que todos os dias pegava, pois ele sofreria um terrível acidente. Quando contou este testemunho de livramento do Senhor na sua vida, todos na igreja deram “glória a Deus” também, afinal o nosso Deus é aquele que nos livra. Ademais, muitos brincaram com ele dizendo que foi um anjo que deu uma rasteira nele, pois como nos diz as Escrituras no Salmo 34,7, O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. Bem, não sei se foi um anjo ou não, mas sei uma coisa, FOI O NOSSO DEUS QUEM FEZ ISSO!

E assim, temos que lembrar e crer na Palavra de Deus que diz em Romanos 8,28: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Quando o texto diz todas as coisas, são toadas as coisas. Mesmo aquelas que não compreendemos e que entendemos, num primeiro momento, que são ruins. Louvado seja no Nosso Senhor e Salvador Jesus, que nos livra. Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

ALCANÇANDO A VITÓRIA

Vitória

Josué 6,1-21

Quando lemos o texto acima referido vemos o povo de Deus obtendo a vitória sobre a cidade de Jericó, quando ele estava conquistando a terra prometida pelo Senhor.  E a partir da leitura deste texto podemos apreender como é possível alcançarmos a vitória e é justamente sobre isso que Deus quer falar com você hoje, Alcançando a Vitória.  Contudo, a primeira coisa que você precisa fazer é ler todo o texto de Josué 6,1-21.

Destarte, para alcançarmos a vitória é preciso, em primeiro lugar, seguir as estratégias de Deus.  Quando Deus fala com Josué deixa claro para ele que a vitória era certa, pois Ele mesmo estava garantindo.  Não obstante, Deus também evidencia que esta vitória certa deveria acontecer a partir da estratégia estabelecida pelo próprio Deus e não por artimanhas ou estratagemas que Josué ou qualquer outro grande líder pudesse criar.  Por isso, é fundamental que nós aprendamos esta importante verdade, para alcançarmos a vitória é necessário seguirmos a estratégia de Deus.  E algumas posturas poderíamos ressaltar como estratégias que Deus estabeleceu para o seu povo atualmente, a saber: Vida de oração, leitura da Palavra dEle, comunhão com o povo dEle, promoção da paz, fidelidade em todos os âmbitos, viver segundo o fruto do Espírito Santo (Gálatas 6,16-26) e o que considero o mais importante de tudo, amar a Deus sobre todas as coisas e com todas as nossas forças e ao próximo como se ele fosse nós mesmos.

Em segundo lugar, para alcançarmos vitória é necessário termos paciência.  Quando olhamos a estratégia estatuída por Deus percebemos que ela não fazia com que a vitória acontecesse imediatamente, como normalmente nós desejamos hoje em dia.  Ao contrário, demorou sete dias.  O povo de Deus, sabendo que a vitória era certa precisou aguardar com paciência, não que o Senhor não pudesse dar a vitória antes, mas porque Ele queria ensinar a paciência ao Seu povo.  E assim, nós precisamos aprender este importante ensinamento, paciência.  Não precisamos ficar ansiosos, preocupados e angustiados, ao contrário, com paciência aguardemos as coisas acontecerem no tempo de Deus, que é o melhor e certo tempo.

Por fim, há um terceiro aspecto importantíssimo a atentar no texto.  O povo de Deus para alcançar a vitória seguiu a estratégia de Deus com paciência e agindo.  Vemos que seguir a estratégia de Deus com paciência não é sinônimo de apatia ou estagnação, antes é agir também, ou seja, fazer a nossa parte.  Durante os dias que antecederam a vitória, o povo fez o que deveria fazer, tocar as trombetas e dar as voltas na cidade.  E mais, no dia da vitória acordaram ainda de madrugada para alcançar a vitória.  Logo, é fundamental que façamos a nossa parte, que atentemos para o fato de que precisamos agir.

Que o Senhor abençoe a sua vida!

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

A BÊNÇÃO DA GRAÇA DE DEUS

Efésios 1,3-6

Introdução

pombaQuem já foi abençoado por Deus? Quem quer ser mais abençoado por Deus? Bem, acredito que as respostas destas duas perguntas sejam a mesma, eu. Todos nós já, de algum jeito, fomos abençoados por Deus e gostaria de receber mais bênçãos dEle.

E seguindo a Epístola aos Efésios vemos nestes versículos, de 3-6, o Apóstolo Paulo falar algo tremendo e profundamente verdadeiro: Deus tem nos abençoado com toda sorte de bênção espiritual.

A grande questão, no entanto, que se levanta é: Qual é a maior bênção de Deus sobre nós? Esta é uma importante questão quando levamos em conta o hodierno tempo. Atualmente as pessoas identificam que a maior bênção dada pelo Senhor a elas consiste nas coisas que elas mais desejam.

Contudo, esquecem do que realmente é a maior bênção e a fonte de todas as outras bênçãos que é a graça de Deus. Neste texto de Efésios temos o Apóstolo exaltando a graça de Deus para com os efésios com o propósito de, como nos diz Calvino ao comentar este texto, “prepará-los para que não permitissem que sua fé fosse abalada...como se sua salvação devesse ser buscada por outra via.”

Hoje, por conseguinte, Deus quer fazer o mesmo conosco, pois deseja nos falar sobre a benção da graça dEle sobre as nossas vidas, para que nós estejamos preparados para não deixar nossa fé ser abalada, como se a nossa salvação e todas as bênçãos de nossas vidas sejam buscadas e fundamentadas por outra via além da graça de Deus.

Destarte, precisamos entender melhor a benção da graça de Deus sobre as nossas vidas. E não existe nada melhor do que transformar esta afirmação numa pergunta e assim questionar o texto da Palavra de Deus, para que ela nos responda. Então, ficaria assim: como é a benção da graça de Deus em nossas vidas?

1) Origina-se na Eleição

Podemos iniciar a responder esta pergunta olhando para os vv.4-5 e verificando algo tremendo: Deus nos escolheu. É o que nos diz o início do versículo 4. Vemos assim, a identificação de uma doutrina maravilhosa denominada de doutrina da Eleição. Dito de outra forma, podemos resumir a doutrina da eleição com esta frase do versículo 4: Deus nos escolheu. Não somos nós quem escolhemos a Deus, é o próprio Deus quem nos escolheu.

Continuando a leitura, vemos as Escrituras afirmarem que esta escolha de Deus deu-se antes da fundação do mundo. Isso é muito importante porque ressalta o fato de que a Eleição aconteceu muito antes da fundação do mundo, ou seja, antes do tempo ser estatuído por Deus. E por isso, já vislumbramos a verdade de que nossa eleição não foi baseada em nossos méritos, ou seja, pelo que fazemos ou deixamos de fazer, pelo nosso aceitar a Cristo.

Ao continuar a leitura vemos o texto dizendo mais. No final deste versículo e início do seguinte, vemos as Escrituras nos revelarem que em amor nos predestinou. Dito de outra forma, a nossa eleição não teve outra causa além da vontade soberana de Deus ao exercer Seu amor por nós. Logo, Deus nos escolheu porque nos ama, simplesmente ama, como cantamos numa das músicas do Ministério Vem Louvar.

Mais claro ainda fica quando lemos ao final do versículo 5 que a eleição e predestinação foram feitas segundo o beneplácito de sua vontade. Não houve nada em nós ou fora de nós que fizesse Deus nos escolher, apenas a sua vontade soberana em querer isso.

Isto tudo nos remete a certeza de que a bênção da graça de Deus origina-se na eleição ou, nas palavras de Calvino, o Apóstolo Paulo “chama a atenção deles (os efésios) para a causa primeira, para a fonte, ou seja, a eterna eleição divina.” A eleição baseada na vontade soberana e amorosa de Deus é o fundamento da benção da graça dEle sobre nós.

E podemos desdobrar isso e afirmar que todas as bênçãos de Deus derramadas em nossas vidas é fruto desta eleição amorosa. Deus nos abençoa das formas mais variadas porque Ele nos ama. As janelas dos céus são abertas sobre nós por causa do amor de Deus que nos escolheu antes da fundação do mundo.

2) Acontece a partir de Cristo

Mas como esta eleição eterna se concretiza em nossas vidas? A partir do que ou de quem? A resposta também está no texto. Se você observar atentamente para o texto perceberá que existe algo que se repete em todos os versículos deste texto que lemos.

No v.3 temos a expressão em Cristo, no v. 4 nele, que é Jesus Cristo, no v.5 por meio de Cristo e no v.6 no Amado, que também é Jesus Cristo. Logo, a bênção da graça de Deus acontece a partir de Cristo, não há outro jeito, outra maneira, outro caminho, pois só Jesus, como Ele mesmo disse em João 14,6, eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

Jesus, por conseguinte, é o nosso representante, aquele que nos substituiu pagando o preço pelas nossas vidas, aquele que conquistou a salvação para nós, aquele que nos reconciliou com o Pai. Assim sendo, o Pai nos elegeu para a salvação através de Cristo e com isso a bênção da graça de Deus invadiu e inundou a nossa vida.

Mais uma vez fica evidente que não foram os nossos méritos, não foi o nosso passo de fé, não foi o que deixamos de fazer, não foi aceitar a Cristo, mas foi Cristo ter morrido por nós, foi Ele ter-se entregado em nosso lugar, foi Ele ter vencido a morte, o mundo e o pecado.

A bênção da graça de Deus acontece a partir de Cristo e as demais bênçãos também vêm sobre nossas vidas a partir de Cristo. Dito de outra forma, porque Cristo tem a vitória e nós estamos nEle, nós também teremos a vitória. Mas, lembre-se de que o sofrimento faz parte da vida e que em muitos momentos antes da vitória vem o sofrimento, como foi com Cristo. Antes de Cristo vencer efetivamente, Ele sofreu. Muitas vezes também assim será conosco. Então, não desanime caso você esteja passando por dificuldades, pois afinal, o Senhor é aquele que manifesta o Seu poder sobre nós, as bênçãos são derramadas e a vitória se concretiza.

3) Tem  finalidade

Existe uma pergunta que normalmente não fazemos, qual é a finalidade da bênção de Deus sobre as nossas vidas? Pensando na maior bênção de Deus sobre nós que é a graça, ficaria assim a pergunta: Qual é a finalidade da bênção da graça de Deus?

O nosso texto também deixa claro qual é, ou quais são, as finalidades da bênção da graça de Deus. Olhemos o versículo 4. Nós fomos eleitos antes da fundação do mundo para quê? Sermos santos e irrepreensíveis. Logo, o fato de sermos eleitos pelos méritos de Cristo apenas e não pelo que fazemos ou deixamos de fazer, ou mesmo, o fato de não perdermos a salvação, não nos dá o direito de pecar. Na verdade é o contrário. Aqueles que foram eleitos antes da fundação mundo, aqueles que nunca perderão a salvação, são aqueles que devem buscar uma vida de santidade. A finalidade da bênção da graça de Deus é sermos santos. Você tem vivido uma vida santa?

Outra finalidade da bênção da graça de Deus podemos ver no versículo 5. Para adoção de filhos, ou seja, para que fôssemos transformados em filhos de Deus. Isso também podemos ver no versículo 6 quando na expressão ele nos concedeu gratuitamente no Amado, que poderia ser traduzida também como ele nos fez aceitos no Amado. Assim, a outra finalidade da graça de Deus em nossas vida é tornar-nos filhos de Deus. Você tem vivido como um filho do Deus Altíssimo?

Ainda há outra finalidade presente no texto. Na verdade esta é a principal finalidade da bênção da graça de Deus em nossas vidas, tanto que no início do texto e no final esta finalidade é apresentada. Como o Apóstolo Paulo começa o versículo 3? Bendito o Deus e Pai. A palavra bendito é uma forma de elogiar ao Senhor, é uma palavra que expressa gratidão e louvor ao Senhor que nos abençoa.

E o versículo 6 expressa a mesma coisa quando diz: para o louvor da glória de sua graça. Assim irmãos e irmãs, a benção da graça de Deus tem como finalidade principal produzir em nós gratidão ao Senhor. Que em nossas bocas e corações esteja sempre a frase: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Por isso, gostaria de perguntar a você: Você tem sido grato ao Senhor pela bênção da graça dEle sobre a sua vida, bem como as demais bênçãos também? Você tem um coração grato ao Senhor pelas bênçãos derramadas sobre você? Como você tem demonstrado gratidão ao Senhor?

Conclusão

Todos nós queremos as bênçãos de Deus sobre as nossas vidas, contudo, não podemos esquecer da principal bênção de Deus que é a sua graça, pois é a partir da bênção da graça de Deus que todas as outras bênçãos se fundamentam.

E a bênção da graça origina-se na eleição. Deus nos escolheu para a salvação por amor. E por isso podemos crer que as outras bênçãos também serão derramadas sobre nossas vidas, pois Ele nos ama e por isso nos abençoa.

Também aprendemos que a bênção da graça de Deus acontece a partir de Cristo. Não foi pelos nossos méritos que recebemos a bênção da graça, mas pelos méritos, pela obra vicária, de Jesus Cristo. Somente através dEle somos salvos, somente através dEle somos abençoados. Jesus venceu e Ele nos dá a vitória. Não se esqueça, mesmo se houver sofrimento, dificuldades, problemas etc, a nossa vitória é certa, pois a nossa vitória é na verdade a vitória de Cristo se manifestando em nós.

Por último, aprendemos que a bênção da graça de Deus tem uma tripla finalidade, a saber: sermos santos e irrepreensíveis, tornar-nos filhos de Deus e gerar em nós gratidão, que é a precípua finalidade. Temos vivido sob a égide da santidade? Como filhos de Deus? E tendo um coração grato ao Senhor, bendizendo sempre o Seu nome?

Vida alegre e abençoada consiste em viver assim, com santidade, como filho de Deus e com gratidão no coração. Que o Senhor continue nos abençoando!

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sexta-feira, 10 de Julho de 2009

Calvino_brasao500_portEntrevista com João Calvino

Hoje, dia 10 de julho, comemora-se 500 anos do nascimento de João Calvino. Se você ouviu falar dele, talvez não tenha sido coisa boa. Possivelmente, associaram o nome dele a doutrinas difíceis de aceitar. Pensando nisso, resolvemos entrevistar o próprio e quem sabe lendo a entrevista a seguir, se desfaça essa má impressão sobre sua pessoa e ensino.

Cinco Solas: Comecemos pelo começo, como foi a sua conversão?

João Calvino: Inicialmente, visto eu me achar tão obstinadamente devotado às superstições do papado, para que pudesse desvencilhar-me com facilidade de tão profundo abismo de lama, Deus, por um ato súbito de conversão, subjugou e trouxe minha mente a uma disposição susceptível, a qual era mais empedernida em tais matérias do que se poderia esperar de mim naquele primeiro período de minha vida.

CS: Quer dizer então que sua aceitação do evangelho dos reformadores não foi imediata?

JC: Contrariado com a novidade, eu ouvia com muita má vontade e, no início, confesso, resisti com energia e irritação; porque foi com a maior dificuldade que fui induzido a confessar que, por toda minha vida, eu estivera na ignorância e no erro.

CS: Podemos dizer então que o senhor foi convencido pelos protestantes?

JC: É o Espírito Santo quem nos regenera e nos transforma em novas criaturas. A regeneração é o ato criador do Espírito Santo, implantando na alma um novo princípio de vida espiritual. A conversão é o primeiro exercício de desse novo princípio gracioso, voltando-se o pecador renascido espontaneamente para Deus.

CS: O senhor é acusado de incentivar a licenciosidade, por defender a doutrina conhecida como "uma vez salvo, salvo para sempre". O que tem a dizer a respeito?

JC: A herança da vida eterna já nos está garantida, visto, porém, que esta vida se assemelha a uma pista de corrida, temos que nos esforçar para alcançar a meta final. Aqueles que não perseveram são semelhantes ao indolente agricultor que só ara e semeia e então deixa o trabalho inacabado, quando aplainar é indispensável para evitar que a semente seja comida pelas aves ou crestada pelo sol ou destrída pela geada. Felizes porém são aqueles que abraçam o evangelho e permanecem nele!

CS: Isso significa, então, que um nascido de novo pode perder a salvação?

JC: Os eleitos acham-se fora do perigo da apostasia final, porquanto o Pai que lhes deu Cristo, seu Filho, para que sejam por Ele preservados, é maior do que todos, e Cristo promete (Jo 17:12) que cuidará de todos eles, a fim que nenhum deles venha a perecer. E Deus não frustra a esperança que Ele mesmo produz em nossas mentes através de Sua Palavra e não costuma ser mais liberal em prometer do que em ser fiel na concretização do que prometeu.

CS: Mas, permita-me insistir neste ponto, a doutrina da justificação pregada pelo senhor e pelos outros reformadores não desestimula a santidade?

JC: É certamente verdade que somos justificados em Cristo tão-somente pela misericórdia divina, mas é igualmente verdade e correto que todos quantos são justificados são chamados pelo Senhor para que vivam uma vida digna de sua vocação. Portanto, que os crentes aprendam a abraçá-lo, não somente para a justificação, mas também para a santificação, assim como Ele se nos deu para ambos os propósitos, para que não venham mutilá-lo com uma fé igualmente mutilada. O serviço do Senhor não só implica uma autêntica obediência, como também a vontade de por de lado seus desejos pecaminosos e submeter-se completamente à direção do Espírito Santo.

CS: O senhor também não é muito popular por causa da doutrina da predestinação...

JC: Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e governado pela secreta providência de Deus, uma multidão de homens presunçosos se ergue contra mim alegando que apresento Deus como sendo o autor do pecado. Outros tudo fazem para destruir o eterno propósito divino da predestinação, pelo qual Deus distingue os réprobos e os eleitos.

CS: Mas o senhor concorda que essa doutrina é de fato polêmica, não concorda?

JC: A predestinação divina se constitui realmente num labirinto do qual a mente humana é completamente incapaz de desemparaçar-se. Mas a curiosidade humana é tão insistente que, quanto mais perigoso é um assunto, tanto mais ousadamente ela se precipita para ele. Daí, quando a predestinação acha-se em discussão, visto que o indivíduo não pode conter-se dentro de determinados limites, imediatamente, pois, mergulha nas profundezas do oceano de sua impetuosidade. Tenhamos, pois, em mente que será uma loucura querer conhecer todas as coisas relacionadas com a predestinação, exceto o que nos é dado na Palavra de Deus.

CS: Apesar dessa dificuldade, o senhor defende a doutrina da predestinação...

JC: O fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita, pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. Assim, a nossa vocação e a nossa justificação outra coisa não são que testemunhas da eleição divina, sendo que o Senhor introduziu na comunhão de sua Igreja aqueles que Ele havia preordenado antes de eles nascerem.

CS: Mas se Deus já escolheu a quem irá salvar, que sentido faz orar ou pregar o evangelho?

JC: A pregação é um instrumento para consecução da salvação dos crentes. A pregação é o instrumento da fé, por isso o Espírito Santo torna a pregação eficaz. Elimine-se o evangelho e todos permaneceremos malditos e mortos à vista de Deus. Esta mesma Palavra, por meio da qual somos gerados, passa a ser leite para nos criar, bem como alimento sólido para nossa nutrição contínua. E para incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, ele promete que, o que propusera fazer movido pelo seu próprio beneplácito, ele concederia em resposta aos seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência entre estas duas verdades, a saber: que Deus preserva a igreja no exercício de sua soberana mercê, e que ele a preserva em resposta às orações de seu povo. Pois, visto que sua orações se acham conectadas às promessas graciosas, o efeito daquelas depende inteiramente destas. Aquele que confia na providência divina, deve fugir para Deus com orações e forte clamor.

CS: O senhor escreveu uma teologia sistemática e comentários para quase todos os livros da Bíblia. O que diria àqueles que estão pensando em ler algum livro seu?

JC: A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso de modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem da Escritura, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentando a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. Nunca escrevi nada com ódio a ninguém, mas sempre coloquei fielmente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus.

CS: Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores?

JC: O evangelho não é uma doutrina da fala, mas de vida. Não se pode assimilá-lo por meio da razão ou da memória, única e exclusivamente, pois só se chega a compreendê-lo totalmente quando ele possui toda a alma e penetra no mais profundo do coração. Os cristão deveriam detestar aqueles que tem o evangelho nos lábios, porém não em seus corações.

Nota: As frases de João Calvino foram todas extraídas do livro Calvino de A a Z, de Hermisten Costa, publicado pela editora Vida

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

ESTAR EM CRISTO

Efésios 1,1-2

Introdução

A partir de hoje iniciaremos um tipo pregação que nos remete aos tempos idos da Reforma Protestante. Grandes pregadores do Evangelho serviram-se de uma forma de pregação chamada de Expositiva, que consiste numa pregação que faça a exposição sistemática da Palavra de Deus. Dito de outra forma, pregar todo um livro ou uma carta da Palavra de Deus de forma contínua, claro que não de uma só vez.

Será explanada a Epístola aos Efésios e iniciaremos com a primeira parte que é a saudação. Sendo uma epístola, ou seja, uma carta, o início do texto necessariamente precisa começar com uma saudação.

Já nesta saudação vemos o autor mencionar uma expressão que muito chama a atenção, “em Cristo”. Esta expressão é muito famosa e utilizada nas cartas neotestamentárias e nos remete a perspectiva de que a partir de Cristo há uma nova humanidade, pois antes havia a humanidade terrena, ou como vemos em 1 Coríntios 15,22: Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Vemos aqui a oposição das expressões, em Adão e em Cristo.

Contudo, é precípuo ressaltar, como fazem Shreiner e J., Dautzenberg, G. em “Forma e exigências do Novo Testamento”, que a expressão em Cristo “não se restringe a indicar a associação corporativa e jurídica do homem com Cristo, mas exprime uma real comunhão de vida com ele, a qual consiste na participação na vida ressuscitada do ‘Espírito vivificador’” p.91.

Destarte, em Cristo significa uma vida com Cristo e quando olhamos para o contexto maior de Efésios, em Cristo aponta para o fato de sermos membros do corpo de Cristo, ou seja, da Igreja de Cristo. E isto muito me chama a atenção porque nos dias hodiernos vemos uma verdadeira confusão sobre a identificação de quem é de Cristo, ou está em Cristo, daqueles que apenas são simpatizantes, freqüentadores, até assíduos, da igreja, ou daqueles que querem as bênçãos de Deus, mas não o Deus da bênção.

Por isso, a grande questão que o Senhor nos faz, sob várias formas, hoje é: Você está em Cristo? Você é de fato um membro do corpo de Cristo, ou seja, da Igreja? Você tem uma real comunhão de vida com Cristo e sua Igreja?

Para que você possa responder esta questão, ou questões, é necessário apreender como acontece e o que acontece quando estamos em Cristo. Assim, Deus quer falar conosco sobre ESTAR EM CRISTO!

1) Estar em Cristo pela vontade de Deus

Vejamos como o Apóstolo Paulo começa sua carta à igreja de Éfeso: Paulo, apóstolo de Cristo Jesus. Vemos aqui a sua identificação. Paulo ressalta que ele é apóstolo de Cristo Jesus. Apóstolo quer dizer enviado e no Novo Testamento vemos pelo menos dois tipos de utilização do termo. Uma de cunho geral onde o termo é utilizado para apontar aqueles que eram enviados à proclamação do Evangelho, portanto, a igreja de Cristo é apostólica, no sentido de ser enviada à proclamação da boa-nova.

Outra utilização do termo é de cunho mais técnico e específico. Refere-se “aos doze”, aqueles que foram comissionados diretamente por Jesus Cristo e autorizados para tornarem-se os fomentadores da doutrina de Jesus e por isso colunas da igreja de Cristo. E é neste sentido que Paulo se apresenta como Apóstolo, pois ele, como vemos na sua conversão, foi comissionado diretamente por Jesus para pregar o Evangelho aos gentios.

Contudo, o que nos chama a atenção é o que Paulo diz logo em seguida: Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus. Deixa assim claro que Paulo era apóstolo de Jesus por causa da vontade do próprio Deus, ou seja, foi o próprio Deus quem fez de Paulo apóstolo.

Assim, temos diante de nós um importante ensinamento, só é possível estar em Cristo pela vontade de Deus, ou, dito de outra forma, só é possível ser de Jesus, fazer parte da Igreja de Cristo, do corpo de Cristo, através da vontade do próprio Deus. É pela vontade de Deus que estamos em Cristo.

Portanto irmãos e irmãs, é Deus quem muda a sua vida, é Deus quem escolhe você, é Deus quem faz de você o filho dEle, é Deus que o ama e entregou Jesus para morrer em seu lugar, é Deus que faz você nascer de novo e o inclui no corpo de Cristo, na Igreja.

Logo, estar em Cristo se dá em nossas vidas a partir da ação poderosa de Deus em nós. Por isso, apenas freqüentarmos a igreja não faz de nós cristãos, cumprirmos esta ou aquela ação não faz de nós cristãos. É preciso ter tido um encontro transformador com Jesus e a partir dEle, vivemos para Ele e por Ele.

2) Estar em Cristo é ser santo

Depois do Apóstolo se apresentar vemos a segunda parte da saudação que é o endereçamento, ou seja, Paulo se dirige aos destinatários da carta. E aí ele afirma uma coisa importante, vejamos: aos santos que vivem em Éfeso. Aqui vemos algo muito interessante e instrutivo para nós que vivemos sob uma cultura equivocada no que diz respeito aos santos, pois no senso comum vemos que santos são aqueles reconhecidos pela Igreja Católica Apostólica Romana, que tenham feito milagres e vivido uma vida exemplar.

Contudo, o Apóstolo chama os membros daquela igreja de santos, todos eles. O que já nos mostra profunda oposição a nossa cultura popular. Por isso, precisamos entender o que está realmente em jogo aqui.

Santo significa separado por Deus e para Deus, logo, o que o Apóstolo está dizendo é que os membros da igreja de Éfeso haviam sido separados por Deus e para Deus.

Destarte, vemos dois aspectos importantes sobre a santidade, a saber: a) A santidade é um ato soberano e exclusivo de Deus, pois é Ele quem nos santifica, nos separa para Ele, nos faz seus filhos, nos faz membros do corpo de Cristo, como acabamos de ver. Porém, além deste aspecto, existe outro b) que diz respeito uma vida coadunada com a Palavra de Deus, com o viver os valores do Reino de Deus.

Vemos, por conseguinte, o segundo grande ensinamento sobre estar em Cristo que é: Estar em Cristo é ser santo. Santo nos dois aspectos, pela ação de Deus, mas também porque vivemos em conformidade com a Palavra de Deus. Temos amado a Deus de todo entendimento, toda a força, acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos?

Temos exercitado uma vida de oração e leitura da Bíblia? Temos tido compromisso com a Igreja e com Deus, desenvolvendo nosso ministério com excelência? Estas questões precisam ser respondidas por cada um de nós, pois como estamos aqui aprendendo de Deus, estar em Cristo é ser santo!

3) É ser fiel a Jesus Cristo

O Apóstolo continua a identificação dos destinatários da carta dizendo: os santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus. Então, vemos aqui outro aspecto daqueles membros da igreja de Éfeso, a fidelidade.

A palavra aqui traduzida como fieis, poderia também ser traduzida como crentes, pois é o radical que designa fé. Contudo, acredito que fiéis seja uma boa tradução desde que compreenda-se o que está em jogo nesta palavra. A idéia aqui expressa é o exercício da fé. Paulo então estava afirmando assim: “aos santos que vivem em Éfeso e aos que exercitam sua fé em Cristo”. Logo, vemos aí algo tremendo e poderíamos dizer que fidelidade é o exercício da fé!

Depois de entendermos isto, podemos atentar para o terceiro ensinamento sobre o nosso tema, estar em Cristo é ser fiel a Jesus. Ser fiel no sentido que acabei de explicar, ou seja, de exercitar a fé em Jesus.

É ser fiel nos dízimos, é ser fiel no cumprimento da Palavra do Senhor, aos compromissos assumidos na Casa do Senhor, numa vida de oração, numa vida de leitura e estudo da Bíblia, ao culto do Senhor etc...

Quando penso nestas coisas fico preocupado, pois se fidelidade é o exercício de nossa fé e quando as coisas financeiras apertam e nós deixamos de devolver o dízimo, quando deixamos de vir à igreja por causa de alguma outra atividade, quando não participamos das reuniões de oração, dos estudos do meio da semana, dos cultos nos lares etc, estamos na verdade não exercitando nossa fé. E quando deixamos de exercitar nossa fé, ficamos espiritualmente fracos, vazios, tristes, desanimados, cabisbaixos, sem esperança e por aí vai.

Não adianta falarmos que somos de Jesus se não exercitamos nossa fé, se não somos fiéis ao Senhor, pois estar em Cristo é ser fiel. E você tem sido fiel?

Concluindo

No início do texto de Efésios já podemos ver alguns pressupostos de algo que é fundamental na vida de todo cristão, o estar em Cristo. E estar em Cristo é pela vontade de Deus, é ser santo e é ser fiel. Calvino afirmava o seguinte: “ninguém pode ser santo se não for também um crente”, ou seja, uma pessoa fiel.

Precisamos no meio deste turbilhão que vivemos nos dias atuais, atentar ao que a Palavra de Deus diz a respeito de uma vida e uma relação com Ele e não ficarmos sendo levados por ventos de doutrinas, ou engodos humanos que nos levam a falácias, pois são motivados por interesses escusos totalmente díspares com a vontade de Deus.

Viva esta comunhão real com Cristo, pois quando Ele entra em nossa vida passamos a vive em Cristo, termos uma vida santa e exercitar a fé, sendo uma pessoa fiel a Ele.

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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©2007 '' Por Elke di Barros