sexta-feira, 4 de setembro de 2009

NÃO TEMEREMOS AINDA QUE ....

Salmo 46

Lendo o Salmo 46 nós temos diante de nós uma grande  confissão de fé. Esta não está vinculada ao equívoco que muitas vezes vemos: pessoas afirmando que os crentes não passam por dificuldades. A confissão de fé do terremoto3salmista salienta outra coisa, que se evidencia na expressão “ainda que”, pois ele diz: ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam.

Vemos assim, que sua palavra não está no sentido de tudo ser certo ou perfeito na vida, ou de não termos problemas e dificuldades, antes a palavra é, ainda que dificuldades apareçam, ainda que problemas surjam, ainda que obstáculos se levantem, ainda que tempestades se formem pelo caminho etc, NÃO TEMEREMOS!

tempestade1 É possível dizer isso porque nossa fé se baseia nas seguintes verdades também expressas pelo Salmo: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Deus está no meio de nossa vida; jamais seremos abalados; Deus nos ajudará desde antemanhã. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. E o que acho mais forte de todos, pois são palavras de Deus diretamente a nós: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.

Portanto, diante dos problemas e dificuldades sustentemos esta confissão de fé como fez o salmista e descansemos nas palavras do Senhor, nos aquietemos porque Jesus é o único e verdadeiro Deus vivo que faz as coisas acontecerem e se transformarem em nossas vidas. Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A MANIFESTAÇÃO DO PODER DE DEUS

Efésios 1,19-23

E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; 

20 o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais,

21 acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro.

22 E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja,

23 a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.poder de Deus1

Quando lemos o capítulo 1 da Epístola aos Efésios, vemos o Apóstolo ressaltando, nos versículos 18-19, que é necessário conhecermos três verdades a respeito de Deus, a saber: iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder. E hoje eu gostaria de referir-me ao terceiro aspecto apresentado por Paulo sobre as verdades sobre nosso Deus que precisamos conhecer cada vez mais, ou seja, sobre o poder de Deus.

Com certeza a primeira questão que se levanta, ainda mais nos dias hodiernos, é: Como se dá a manifestação do poder de Deus? Esta é uma precípua questão, pois vemos nos dias atuais grandes falas sobre isso e sempre vemos como fator comum nestas falas o espetacular, como se o poder de Deus agisse especificamente no âmbito do espetacular. Isso é um grande empobrecimento do poder de Deus, pois este se manifesta em todos os âmbitos. Logo, a exortação do Apóstolo para que a Igreja em Éfeso encontre guarida em toda a Igreja de Cristo.

Atentando para o texto, vemos o nosso Deus ressaltando que a manifestação do Seu poder é para com os que cremos, ou seja, a manifestação do poder de Deus se dá na vida dos que crêem em Jesus. Todos aqueles que crêem em Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas já são, por si só, a manifestação do poder de Deus. Isso é tremendo e nos remete ao fato de que o crer, a salvação, é uma ação soberana, misericordiosa e poderosa, de Deus na vida dos seres humanos pecadores e fadados à condenação. É Deus quem salva, é Ele quem nos tira das trevas e nos transporta para a Sua maravilhosa luz, é Ele que nos adota como seus filhos. Olhe só o que nos diz o Evangelho de João 1,12-13. Cremos em Jesus por causa da vontade de Deus e não a nossa.

Outra verdade a respeito da manifestação do poder de Deus está no versículo 20, no qual vemos que a ressurreição de Jesus é a manifestação do poder de Deus. Quando atentamos para esta verdade percebemos que a ressurreição de Jesus foi a vitória sobre a morte e, por conseguinte, sobre o pecado também, já que a morte é o salário do pecado. Destarte, quero lembrar a você que Deus não nos garante uma vida tranqüila e sem problemas e sim, que Deus nos garante a vitória. Para existir a vitória é preciso haver luta, conquista, obstáculos, problemas, dificuldades, por isso, digo novamente, Deus não nos garante um mar de rosas em nossas vidas e sim a certeza da vitória, pois a manifestação do poder de Deus nos garante a vitória.

Por fim, ainda notamos no texto uma terceira verdade sobre a manifestação do poder Deus. A partir do final do versículo 20 até o 23, vemos que a manifestação máxima do poder de Deus é Jesus que está acima de todas as coisas e governa todas as coisas. Assim, quando aparecem pedras em nosso caminho, quando aparecem os problemas em nossas vidas, quando as tempestades atormentam nossas vidas, precisamos lembrar que Jesus está no controle de todas as coisas. Também precisamos, mais do que nunca, apontar que o cristão não precisa ter medo de demônio, de despacho, de diabo ou qualquer outra coisa, pois Jesus está acima disto tudo.

Portanto, gostaria de deixar esta importante mensagem para a sua vida sobre a manifestação do poder de Deus na sua vida.

Que o Senhor abençoe a sua vida!

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sábado, 15 de agosto de 2009

SALVA-NOS! DE QUÊ?


Marcos 11,1-11

Este era o grito da multidão enquanto Jesus Cristo entrava na cidade Santa, Jerusalém, como nos narram os Evangelhos. A palavra Hosana significa um pedido de salvação, sendo posteriormente transformada numa aclamação ou saudação às pessoas importantes.
Destarte, eu gostaria de ressaltar um aspecto desta história e seu desenvolvimento. A multidão que veio aclamando Jesus, gritando para Ele salvar, para Ele estatuir o Reino de Deus, a libertação da dominação romana, a libertação do domínio financeiro etc... é a mesma multidão que posteriormente gritou: “Crucifica-o!” ou mesmo, que se calou omitindo-se de estar ao lado do Messias depois de sua prisão, sofrimento e morte.
É interessante perceber isso, pois quando o Reino que Jesus veio anunciar e estabelecer não se coadunou com as expectativas da multidão, que eram expectativas política e financeiras, a multidão se virou para Jesus, o abandonou, o deixou só.
O Reino de Deus anunciado e estabelecido por Jesus não é uma questão de dinheiro ou posição política, é na verdade a transformação espiritual de tal ordem que o ser humano atingido por ela pode ser chamado de nova criatura (2Co 5,17). Nesta transformação a pessoa tem sua condição mudada, sua relação com Deus e com o próximo também alterada. No Reino de Deus a pessoa segue o resumo dos mandamentos do Senhor, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Portanto, às portas da Páscoa, ou seja, da paixão de Cristo, dito de outra forma, da celebração da prisão, sofrimento, morte e ressurreição de Jesus, eu lhe pergunto: Você é como aquela multidão que gritou para Jesus Hosana (Salva-nos) e abandonou, ou mesmo apoiou, Jesus ser crucificado? Formulada de outra forma a pergunta seria: Você quer os benefícios das bênçãos do Reino de Deus somente no âmbito imanente ou material, não desejando as transformações espirituais e a conformidade com a vontade de Deus?
Pense nestas coisas meu irmão e irmã, para que nesta semana você tenha mais vontade de celebrar a Páscoa do Senhor aqui na Igreja com toda a sua tristeza, alegria e esperança, que perfaz na celebração da Ressurreição no próximo domingo.
Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

SER PAI

Pai Ser pai é como o guarda da cidade

que, sempre vigilante, não se cansa.

Ser pai é procurar felicidade,

para deixá-la aos filhos como herança.

 

Ser pai é como, em plena tempestade,

antecipar a calma da bonança.

É como rei vivendo na humildades,

é como grande se fazer criança.

 

Ser pai é ter imenso o coração,

é ter nos lábios sempre uma oração

em favor da família estremecida.

 

Ser pai é se esquecer da própria vida,

é ter os olhos para além do véu.

Ser pai é ver no lar o próprio céu.

Rev. Thiago Rocha

MENSAGEM_MAOS_PAI

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sábado, 1 de agosto de 2009

A RASTEIRA DO ANJO

Anjo Sonhador

Há duas semanas atrás um de nossos irmãos contou um testemunho maravilhoso que nos encheu de alegria. Por isso gostaria de comentá-lo aqui, pois acredito que temos algo precípuo a aprender.

Nosso irmão acordou mais cedo do que necessário para fazer sua devocional. Depois desta, tomou seu café, tomou banho, se vestiu e saiu para o trabalho, como faz todos os dias. No entanto, neste fatídico dia estava  chovendo e nosso irmão ao encaminhar-se para o ponto de ônibus acabou escorregando e levou um grande tombo, pareceu que havia levado uma verdadeira rasteira. QuedaQuando se levantou sua roupa estava toda suja, porque o chão estava todo molhado da chuva.

Levantando-se, deu “glória a Deus” e voltou para casa para trocar de roupa. Porém, sabia que por causa deste contratempo perderia o ônibus que pega todos os dias e chegaria atrasado ao trabalho.

Após trocar-se e ir ao ponto de ônibus, pegou o ônibus cerca de uns 15 minutos mais tarde do que o normal. E mais a frente ainda acabou pegando um grande trânsito e descobriu que o trânsito estava sendo causado por um acidente que havia ocorrido pouco antes.

Quando passou enfrente ao acidente, viu aquele ônibus, que ele pegava todos os dias no mesmo horário e neste dia não tinha conseguido pegar por causa da queda, foi justamente o acidentado. A colisão foi forte e levou cerca de 50 pessoas para o hospital, algumas ficaram em estado grave e até foi noticiado no jornal da televisão.

Ao perceber tudo isso, nosso irmão compreendeu o motivo pelo qual ele havia levado aquela queda. Ele caiu para que não estivesse no ônibus que todos os dias pegava, pois ele sofreria um terrível acidente. Quando contou este testemunho de livramento do Senhor na sua vida, todos na igreja deram “glória a Deus” também, afinal o nosso Deus é aquele que nos livra. Ademais, muitos brincaram com ele dizendo que foi um anjo que deu uma rasteira nele, pois como nos diz as Escrituras no Salmo 34,7, O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. Bem, não sei se foi um anjo ou não, mas sei uma coisa, FOI O NOSSO DEUS QUEM FEZ ISSO!

E assim, temos que lembrar e crer na Palavra de Deus que diz em Romanos 8,28: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Quando o texto diz todas as coisas, são toadas as coisas. Mesmo aquelas que não compreendemos e que entendemos, num primeiro momento, que são ruins. Louvado seja no Nosso Senhor e Salvador Jesus, que nos livra. Do seu pastor,

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

ALCANÇANDO A VITÓRIA

Vitória

Josué 6,1-21

Quando lemos o texto acima referido vemos o povo de Deus obtendo a vitória sobre a cidade de Jericó, quando ele estava conquistando a terra prometida pelo Senhor.  E a partir da leitura deste texto podemos apreender como é possível alcançarmos a vitória e é justamente sobre isso que Deus quer falar com você hoje, Alcançando a Vitória.  Contudo, a primeira coisa que você precisa fazer é ler todo o texto de Josué 6,1-21.

Destarte, para alcançarmos a vitória é preciso, em primeiro lugar, seguir as estratégias de Deus.  Quando Deus fala com Josué deixa claro para ele que a vitória era certa, pois Ele mesmo estava garantindo.  Não obstante, Deus também evidencia que esta vitória certa deveria acontecer a partir da estratégia estabelecida pelo próprio Deus e não por artimanhas ou estratagemas que Josué ou qualquer outro grande líder pudesse criar.  Por isso, é fundamental que nós aprendamos esta importante verdade, para alcançarmos a vitória é necessário seguirmos a estratégia de Deus.  E algumas posturas poderíamos ressaltar como estratégias que Deus estabeleceu para o seu povo atualmente, a saber: Vida de oração, leitura da Palavra dEle, comunhão com o povo dEle, promoção da paz, fidelidade em todos os âmbitos, viver segundo o fruto do Espírito Santo (Gálatas 6,16-26) e o que considero o mais importante de tudo, amar a Deus sobre todas as coisas e com todas as nossas forças e ao próximo como se ele fosse nós mesmos.

Em segundo lugar, para alcançarmos vitória é necessário termos paciência.  Quando olhamos a estratégia estatuída por Deus percebemos que ela não fazia com que a vitória acontecesse imediatamente, como normalmente nós desejamos hoje em dia.  Ao contrário, demorou sete dias.  O povo de Deus, sabendo que a vitória era certa precisou aguardar com paciência, não que o Senhor não pudesse dar a vitória antes, mas porque Ele queria ensinar a paciência ao Seu povo.  E assim, nós precisamos aprender este importante ensinamento, paciência.  Não precisamos ficar ansiosos, preocupados e angustiados, ao contrário, com paciência aguardemos as coisas acontecerem no tempo de Deus, que é o melhor e certo tempo.

Por fim, há um terceiro aspecto importantíssimo a atentar no texto.  O povo de Deus para alcançar a vitória seguiu a estratégia de Deus com paciência e agindo.  Vemos que seguir a estratégia de Deus com paciência não é sinônimo de apatia ou estagnação, antes é agir também, ou seja, fazer a nossa parte.  Durante os dias que antecederam a vitória, o povo fez o que deveria fazer, tocar as trombetas e dar as voltas na cidade.  E mais, no dia da vitória acordaram ainda de madrugada para alcançar a vitória.  Logo, é fundamental que façamos a nossa parte, que atentemos para o fato de que precisamos agir.

Que o Senhor abençoe a sua vida!

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

A BÊNÇÃO DA GRAÇA DE DEUS

Efésios 1,3-6

Introdução

pombaQuem já foi abençoado por Deus? Quem quer ser mais abençoado por Deus? Bem, acredito que as respostas destas duas perguntas sejam a mesma, eu. Todos nós já, de algum jeito, fomos abençoados por Deus e gostaria de receber mais bênçãos dEle.

E seguindo a Epístola aos Efésios vemos nestes versículos, de 3-6, o Apóstolo Paulo falar algo tremendo e profundamente verdadeiro: Deus tem nos abençoado com toda sorte de bênção espiritual.

A grande questão, no entanto, que se levanta é: Qual é a maior bênção de Deus sobre nós? Esta é uma importante questão quando levamos em conta o hodierno tempo. Atualmente as pessoas identificam que a maior bênção dada pelo Senhor a elas consiste nas coisas que elas mais desejam.

Contudo, esquecem do que realmente é a maior bênção e a fonte de todas as outras bênçãos que é a graça de Deus. Neste texto de Efésios temos o Apóstolo exaltando a graça de Deus para com os efésios com o propósito de, como nos diz Calvino ao comentar este texto, “prepará-los para que não permitissem que sua fé fosse abalada...como se sua salvação devesse ser buscada por outra via.”

Hoje, por conseguinte, Deus quer fazer o mesmo conosco, pois deseja nos falar sobre a benção da graça dEle sobre as nossas vidas, para que nós estejamos preparados para não deixar nossa fé ser abalada, como se a nossa salvação e todas as bênçãos de nossas vidas sejam buscadas e fundamentadas por outra via além da graça de Deus.

Destarte, precisamos entender melhor a benção da graça de Deus sobre as nossas vidas. E não existe nada melhor do que transformar esta afirmação numa pergunta e assim questionar o texto da Palavra de Deus, para que ela nos responda. Então, ficaria assim: como é a benção da graça de Deus em nossas vidas?

1) Origina-se na Eleição

Podemos iniciar a responder esta pergunta olhando para os vv.4-5 e verificando algo tremendo: Deus nos escolheu. É o que nos diz o início do versículo 4. Vemos assim, a identificação de uma doutrina maravilhosa denominada de doutrina da Eleição. Dito de outra forma, podemos resumir a doutrina da eleição com esta frase do versículo 4: Deus nos escolheu. Não somos nós quem escolhemos a Deus, é o próprio Deus quem nos escolheu.

Continuando a leitura, vemos as Escrituras afirmarem que esta escolha de Deus deu-se antes da fundação do mundo. Isso é muito importante porque ressalta o fato de que a Eleição aconteceu muito antes da fundação do mundo, ou seja, antes do tempo ser estatuído por Deus. E por isso, já vislumbramos a verdade de que nossa eleição não foi baseada em nossos méritos, ou seja, pelo que fazemos ou deixamos de fazer, pelo nosso aceitar a Cristo.

Ao continuar a leitura vemos o texto dizendo mais. No final deste versículo e início do seguinte, vemos as Escrituras nos revelarem que em amor nos predestinou. Dito de outra forma, a nossa eleição não teve outra causa além da vontade soberana de Deus ao exercer Seu amor por nós. Logo, Deus nos escolheu porque nos ama, simplesmente ama, como cantamos numa das músicas do Ministério Vem Louvar.

Mais claro ainda fica quando lemos ao final do versículo 5 que a eleição e predestinação foram feitas segundo o beneplácito de sua vontade. Não houve nada em nós ou fora de nós que fizesse Deus nos escolher, apenas a sua vontade soberana em querer isso.

Isto tudo nos remete a certeza de que a bênção da graça de Deus origina-se na eleição ou, nas palavras de Calvino, o Apóstolo Paulo “chama a atenção deles (os efésios) para a causa primeira, para a fonte, ou seja, a eterna eleição divina.” A eleição baseada na vontade soberana e amorosa de Deus é o fundamento da benção da graça dEle sobre nós.

E podemos desdobrar isso e afirmar que todas as bênçãos de Deus derramadas em nossas vidas é fruto desta eleição amorosa. Deus nos abençoa das formas mais variadas porque Ele nos ama. As janelas dos céus são abertas sobre nós por causa do amor de Deus que nos escolheu antes da fundação do mundo.

2) Acontece a partir de Cristo

Mas como esta eleição eterna se concretiza em nossas vidas? A partir do que ou de quem? A resposta também está no texto. Se você observar atentamente para o texto perceberá que existe algo que se repete em todos os versículos deste texto que lemos.

No v.3 temos a expressão em Cristo, no v. 4 nele, que é Jesus Cristo, no v.5 por meio de Cristo e no v.6 no Amado, que também é Jesus Cristo. Logo, a bênção da graça de Deus acontece a partir de Cristo, não há outro jeito, outra maneira, outro caminho, pois só Jesus, como Ele mesmo disse em João 14,6, eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.

Jesus, por conseguinte, é o nosso representante, aquele que nos substituiu pagando o preço pelas nossas vidas, aquele que conquistou a salvação para nós, aquele que nos reconciliou com o Pai. Assim sendo, o Pai nos elegeu para a salvação através de Cristo e com isso a bênção da graça de Deus invadiu e inundou a nossa vida.

Mais uma vez fica evidente que não foram os nossos méritos, não foi o nosso passo de fé, não foi o que deixamos de fazer, não foi aceitar a Cristo, mas foi Cristo ter morrido por nós, foi Ele ter-se entregado em nosso lugar, foi Ele ter vencido a morte, o mundo e o pecado.

A bênção da graça de Deus acontece a partir de Cristo e as demais bênçãos também vêm sobre nossas vidas a partir de Cristo. Dito de outra forma, porque Cristo tem a vitória e nós estamos nEle, nós também teremos a vitória. Mas, lembre-se de que o sofrimento faz parte da vida e que em muitos momentos antes da vitória vem o sofrimento, como foi com Cristo. Antes de Cristo vencer efetivamente, Ele sofreu. Muitas vezes também assim será conosco. Então, não desanime caso você esteja passando por dificuldades, pois afinal, o Senhor é aquele que manifesta o Seu poder sobre nós, as bênçãos são derramadas e a vitória se concretiza.

3) Tem  finalidade

Existe uma pergunta que normalmente não fazemos, qual é a finalidade da bênção de Deus sobre as nossas vidas? Pensando na maior bênção de Deus sobre nós que é a graça, ficaria assim a pergunta: Qual é a finalidade da bênção da graça de Deus?

O nosso texto também deixa claro qual é, ou quais são, as finalidades da bênção da graça de Deus. Olhemos o versículo 4. Nós fomos eleitos antes da fundação do mundo para quê? Sermos santos e irrepreensíveis. Logo, o fato de sermos eleitos pelos méritos de Cristo apenas e não pelo que fazemos ou deixamos de fazer, ou mesmo, o fato de não perdermos a salvação, não nos dá o direito de pecar. Na verdade é o contrário. Aqueles que foram eleitos antes da fundação mundo, aqueles que nunca perderão a salvação, são aqueles que devem buscar uma vida de santidade. A finalidade da bênção da graça de Deus é sermos santos. Você tem vivido uma vida santa?

Outra finalidade da bênção da graça de Deus podemos ver no versículo 5. Para adoção de filhos, ou seja, para que fôssemos transformados em filhos de Deus. Isso também podemos ver no versículo 6 quando na expressão ele nos concedeu gratuitamente no Amado, que poderia ser traduzida também como ele nos fez aceitos no Amado. Assim, a outra finalidade da graça de Deus em nossas vida é tornar-nos filhos de Deus. Você tem vivido como um filho do Deus Altíssimo?

Ainda há outra finalidade presente no texto. Na verdade esta é a principal finalidade da bênção da graça de Deus em nossas vidas, tanto que no início do texto e no final esta finalidade é apresentada. Como o Apóstolo Paulo começa o versículo 3? Bendito o Deus e Pai. A palavra bendito é uma forma de elogiar ao Senhor, é uma palavra que expressa gratidão e louvor ao Senhor que nos abençoa.

E o versículo 6 expressa a mesma coisa quando diz: para o louvor da glória de sua graça. Assim irmãos e irmãs, a benção da graça de Deus tem como finalidade principal produzir em nós gratidão ao Senhor. Que em nossas bocas e corações esteja sempre a frase: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Por isso, gostaria de perguntar a você: Você tem sido grato ao Senhor pela bênção da graça dEle sobre a sua vida, bem como as demais bênçãos também? Você tem um coração grato ao Senhor pelas bênçãos derramadas sobre você? Como você tem demonstrado gratidão ao Senhor?

Conclusão

Todos nós queremos as bênçãos de Deus sobre as nossas vidas, contudo, não podemos esquecer da principal bênção de Deus que é a sua graça, pois é a partir da bênção da graça de Deus que todas as outras bênçãos se fundamentam.

E a bênção da graça origina-se na eleição. Deus nos escolheu para a salvação por amor. E por isso podemos crer que as outras bênçãos também serão derramadas sobre nossas vidas, pois Ele nos ama e por isso nos abençoa.

Também aprendemos que a bênção da graça de Deus acontece a partir de Cristo. Não foi pelos nossos méritos que recebemos a bênção da graça, mas pelos méritos, pela obra vicária, de Jesus Cristo. Somente através dEle somos salvos, somente através dEle somos abençoados. Jesus venceu e Ele nos dá a vitória. Não se esqueça, mesmo se houver sofrimento, dificuldades, problemas etc, a nossa vitória é certa, pois a nossa vitória é na verdade a vitória de Cristo se manifestando em nós.

Por último, aprendemos que a bênção da graça de Deus tem uma tripla finalidade, a saber: sermos santos e irrepreensíveis, tornar-nos filhos de Deus e gerar em nós gratidão, que é a precípua finalidade. Temos vivido sob a égide da santidade? Como filhos de Deus? E tendo um coração grato ao Senhor, bendizendo sempre o Seu nome?

Vida alegre e abençoada consiste em viver assim, com santidade, como filho de Deus e com gratidão no coração. Que o Senhor continue nos abençoando!

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sexta-feira, 10 de Julho de 2009

Calvino_brasao500_portEntrevista com João Calvino

Hoje, dia 10 de julho, comemora-se 500 anos do nascimento de João Calvino. Se você ouviu falar dele, talvez não tenha sido coisa boa. Possivelmente, associaram o nome dele a doutrinas difíceis de aceitar. Pensando nisso, resolvemos entrevistar o próprio e quem sabe lendo a entrevista a seguir, se desfaça essa má impressão sobre sua pessoa e ensino.

Cinco Solas: Comecemos pelo começo, como foi a sua conversão?

João Calvino: Inicialmente, visto eu me achar tão obstinadamente devotado às superstições do papado, para que pudesse desvencilhar-me com facilidade de tão profundo abismo de lama, Deus, por um ato súbito de conversão, subjugou e trouxe minha mente a uma disposição susceptível, a qual era mais empedernida em tais matérias do que se poderia esperar de mim naquele primeiro período de minha vida.

CS: Quer dizer então que sua aceitação do evangelho dos reformadores não foi imediata?

JC: Contrariado com a novidade, eu ouvia com muita má vontade e, no início, confesso, resisti com energia e irritação; porque foi com a maior dificuldade que fui induzido a confessar que, por toda minha vida, eu estivera na ignorância e no erro.

CS: Podemos dizer então que o senhor foi convencido pelos protestantes?

JC: É o Espírito Santo quem nos regenera e nos transforma em novas criaturas. A regeneração é o ato criador do Espírito Santo, implantando na alma um novo princípio de vida espiritual. A conversão é o primeiro exercício de desse novo princípio gracioso, voltando-se o pecador renascido espontaneamente para Deus.

CS: O senhor é acusado de incentivar a licenciosidade, por defender a doutrina conhecida como "uma vez salvo, salvo para sempre". O que tem a dizer a respeito?

JC: A herança da vida eterna já nos está garantida, visto, porém, que esta vida se assemelha a uma pista de corrida, temos que nos esforçar para alcançar a meta final. Aqueles que não perseveram são semelhantes ao indolente agricultor que só ara e semeia e então deixa o trabalho inacabado, quando aplainar é indispensável para evitar que a semente seja comida pelas aves ou crestada pelo sol ou destrída pela geada. Felizes porém são aqueles que abraçam o evangelho e permanecem nele!

CS: Isso significa, então, que um nascido de novo pode perder a salvação?

JC: Os eleitos acham-se fora do perigo da apostasia final, porquanto o Pai que lhes deu Cristo, seu Filho, para que sejam por Ele preservados, é maior do que todos, e Cristo promete (Jo 17:12) que cuidará de todos eles, a fim que nenhum deles venha a perecer. E Deus não frustra a esperança que Ele mesmo produz em nossas mentes através de Sua Palavra e não costuma ser mais liberal em prometer do que em ser fiel na concretização do que prometeu.

CS: Mas, permita-me insistir neste ponto, a doutrina da justificação pregada pelo senhor e pelos outros reformadores não desestimula a santidade?

JC: É certamente verdade que somos justificados em Cristo tão-somente pela misericórdia divina, mas é igualmente verdade e correto que todos quantos são justificados são chamados pelo Senhor para que vivam uma vida digna de sua vocação. Portanto, que os crentes aprendam a abraçá-lo, não somente para a justificação, mas também para a santificação, assim como Ele se nos deu para ambos os propósitos, para que não venham mutilá-lo com uma fé igualmente mutilada. O serviço do Senhor não só implica uma autêntica obediência, como também a vontade de por de lado seus desejos pecaminosos e submeter-se completamente à direção do Espírito Santo.

CS: O senhor também não é muito popular por causa da doutrina da predestinação...

JC: Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e governado pela secreta providência de Deus, uma multidão de homens presunçosos se ergue contra mim alegando que apresento Deus como sendo o autor do pecado. Outros tudo fazem para destruir o eterno propósito divino da predestinação, pelo qual Deus distingue os réprobos e os eleitos.

CS: Mas o senhor concorda que essa doutrina é de fato polêmica, não concorda?

JC: A predestinação divina se constitui realmente num labirinto do qual a mente humana é completamente incapaz de desemparaçar-se. Mas a curiosidade humana é tão insistente que, quanto mais perigoso é um assunto, tanto mais ousadamente ela se precipita para ele. Daí, quando a predestinação acha-se em discussão, visto que o indivíduo não pode conter-se dentro de determinados limites, imediatamente, pois, mergulha nas profundezas do oceano de sua impetuosidade. Tenhamos, pois, em mente que será uma loucura querer conhecer todas as coisas relacionadas com a predestinação, exceto o que nos é dado na Palavra de Deus.

CS: Apesar dessa dificuldade, o senhor defende a doutrina da predestinação...

JC: O fundamento de nossa vocação é a eleição divina gratuita, pela qual fomos ordenados para a vida antes que fôssemos nascidos. Assim, a nossa vocação e a nossa justificação outra coisa não são que testemunhas da eleição divina, sendo que o Senhor introduziu na comunhão de sua Igreja aqueles que Ele havia preordenado antes de eles nascerem.

CS: Mas se Deus já escolheu a quem irá salvar, que sentido faz orar ou pregar o evangelho?

JC: A pregação é um instrumento para consecução da salvação dos crentes. A pregação é o instrumento da fé, por isso o Espírito Santo torna a pregação eficaz. Elimine-se o evangelho e todos permaneceremos malditos e mortos à vista de Deus. Esta mesma Palavra, por meio da qual somos gerados, passa a ser leite para nos criar, bem como alimento sólido para nossa nutrição contínua. E para incitar os verdadeiros crentes a uma mais profunda solicitude à oração, ele promete que, o que propusera fazer movido pelo seu próprio beneplácito, ele concederia em resposta aos seus pedidos. Tampouco existe alguma inconsistência entre estas duas verdades, a saber: que Deus preserva a igreja no exercício de sua soberana mercê, e que ele a preserva em resposta às orações de seu povo. Pois, visto que sua orações se acham conectadas às promessas graciosas, o efeito daquelas depende inteiramente destas. Aquele que confia na providência divina, deve fugir para Deus com orações e forte clamor.

CS: O senhor escreveu uma teologia sistemática e comentários para quase todos os livros da Bíblia. O que diria àqueles que estão pensando em ler algum livro seu?

JC: A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso de modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem da Escritura, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentando a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. Nunca escrevi nada com ódio a ninguém, mas sempre coloquei fielmente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus.

CS: Para finalizar, que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores?

JC: O evangelho não é uma doutrina da fala, mas de vida. Não se pode assimilá-lo por meio da razão ou da memória, única e exclusivamente, pois só se chega a compreendê-lo totalmente quando ele possui toda a alma e penetra no mais profundo do coração. Os cristão deveriam detestar aqueles que tem o evangelho nos lábios, porém não em seus corações.

Nota: As frases de João Calvino foram todas extraídas do livro Calvino de A a Z, de Hermisten Costa, publicado pela editora Vida

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quarta-feira, 8 de julho de 2009

ESTAR EM CRISTO

Efésios 1,1-2

Introdução

A partir de hoje iniciaremos um tipo pregação que nos remete aos tempos idos da Reforma Protestante. Grandes pregadores do Evangelho serviram-se de uma forma de pregação chamada de Expositiva, que consiste numa pregação que faça a exposição sistemática da Palavra de Deus. Dito de outra forma, pregar todo um livro ou uma carta da Palavra de Deus de forma contínua, claro que não de uma só vez.

Será explanada a Epístola aos Efésios e iniciaremos com a primeira parte que é a saudação. Sendo uma epístola, ou seja, uma carta, o início do texto necessariamente precisa começar com uma saudação.

Já nesta saudação vemos o autor mencionar uma expressão que muito chama a atenção, “em Cristo”. Esta expressão é muito famosa e utilizada nas cartas neotestamentárias e nos remete a perspectiva de que a partir de Cristo há uma nova humanidade, pois antes havia a humanidade terrena, ou como vemos em 1 Coríntios 15,22: Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Vemos aqui a oposição das expressões, em Adão e em Cristo.

Contudo, é precípuo ressaltar, como fazem Shreiner e J., Dautzenberg, G. em “Forma e exigências do Novo Testamento”, que a expressão em Cristo “não se restringe a indicar a associação corporativa e jurídica do homem com Cristo, mas exprime uma real comunhão de vida com ele, a qual consiste na participação na vida ressuscitada do ‘Espírito vivificador’” p.91.

Destarte, em Cristo significa uma vida com Cristo e quando olhamos para o contexto maior de Efésios, em Cristo aponta para o fato de sermos membros do corpo de Cristo, ou seja, da Igreja de Cristo. E isto muito me chama a atenção porque nos dias hodiernos vemos uma verdadeira confusão sobre a identificação de quem é de Cristo, ou está em Cristo, daqueles que apenas são simpatizantes, freqüentadores, até assíduos, da igreja, ou daqueles que querem as bênçãos de Deus, mas não o Deus da bênção.

Por isso, a grande questão que o Senhor nos faz, sob várias formas, hoje é: Você está em Cristo? Você é de fato um membro do corpo de Cristo, ou seja, da Igreja? Você tem uma real comunhão de vida com Cristo e sua Igreja?

Para que você possa responder esta questão, ou questões, é necessário apreender como acontece e o que acontece quando estamos em Cristo. Assim, Deus quer falar conosco sobre ESTAR EM CRISTO!

1) Estar em Cristo pela vontade de Deus

Vejamos como o Apóstolo Paulo começa sua carta à igreja de Éfeso: Paulo, apóstolo de Cristo Jesus. Vemos aqui a sua identificação. Paulo ressalta que ele é apóstolo de Cristo Jesus. Apóstolo quer dizer enviado e no Novo Testamento vemos pelo menos dois tipos de utilização do termo. Uma de cunho geral onde o termo é utilizado para apontar aqueles que eram enviados à proclamação do Evangelho, portanto, a igreja de Cristo é apostólica, no sentido de ser enviada à proclamação da boa-nova.

Outra utilização do termo é de cunho mais técnico e específico. Refere-se “aos doze”, aqueles que foram comissionados diretamente por Jesus Cristo e autorizados para tornarem-se os fomentadores da doutrina de Jesus e por isso colunas da igreja de Cristo. E é neste sentido que Paulo se apresenta como Apóstolo, pois ele, como vemos na sua conversão, foi comissionado diretamente por Jesus para pregar o Evangelho aos gentios.

Contudo, o que nos chama a atenção é o que Paulo diz logo em seguida: Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus. Deixa assim claro que Paulo era apóstolo de Jesus por causa da vontade do próprio Deus, ou seja, foi o próprio Deus quem fez de Paulo apóstolo.

Assim, temos diante de nós um importante ensinamento, só é possível estar em Cristo pela vontade de Deus, ou, dito de outra forma, só é possível ser de Jesus, fazer parte da Igreja de Cristo, do corpo de Cristo, através da vontade do próprio Deus. É pela vontade de Deus que estamos em Cristo.

Portanto irmãos e irmãs, é Deus quem muda a sua vida, é Deus quem escolhe você, é Deus quem faz de você o filho dEle, é Deus que o ama e entregou Jesus para morrer em seu lugar, é Deus que faz você nascer de novo e o inclui no corpo de Cristo, na Igreja.

Logo, estar em Cristo se dá em nossas vidas a partir da ação poderosa de Deus em nós. Por isso, apenas freqüentarmos a igreja não faz de nós cristãos, cumprirmos esta ou aquela ação não faz de nós cristãos. É preciso ter tido um encontro transformador com Jesus e a partir dEle, vivemos para Ele e por Ele.

2) Estar em Cristo é ser santo

Depois do Apóstolo se apresentar vemos a segunda parte da saudação que é o endereçamento, ou seja, Paulo se dirige aos destinatários da carta. E aí ele afirma uma coisa importante, vejamos: aos santos que vivem em Éfeso. Aqui vemos algo muito interessante e instrutivo para nós que vivemos sob uma cultura equivocada no que diz respeito aos santos, pois no senso comum vemos que santos são aqueles reconhecidos pela Igreja Católica Apostólica Romana, que tenham feito milagres e vivido uma vida exemplar.

Contudo, o Apóstolo chama os membros daquela igreja de santos, todos eles. O que já nos mostra profunda oposição a nossa cultura popular. Por isso, precisamos entender o que está realmente em jogo aqui.

Santo significa separado por Deus e para Deus, logo, o que o Apóstolo está dizendo é que os membros da igreja de Éfeso haviam sido separados por Deus e para Deus.

Destarte, vemos dois aspectos importantes sobre a santidade, a saber: a) A santidade é um ato soberano e exclusivo de Deus, pois é Ele quem nos santifica, nos separa para Ele, nos faz seus filhos, nos faz membros do corpo de Cristo, como acabamos de ver. Porém, além deste aspecto, existe outro b) que diz respeito uma vida coadunada com a Palavra de Deus, com o viver os valores do Reino de Deus.

Vemos, por conseguinte, o segundo grande ensinamento sobre estar em Cristo que é: Estar em Cristo é ser santo. Santo nos dois aspectos, pela ação de Deus, mas também porque vivemos em conformidade com a Palavra de Deus. Temos amado a Deus de todo entendimento, toda a força, acima de todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos?

Temos exercitado uma vida de oração e leitura da Bíblia? Temos tido compromisso com a Igreja e com Deus, desenvolvendo nosso ministério com excelência? Estas questões precisam ser respondidas por cada um de nós, pois como estamos aqui aprendendo de Deus, estar em Cristo é ser santo!

3) É ser fiel a Jesus Cristo

O Apóstolo continua a identificação dos destinatários da carta dizendo: os santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus. Então, vemos aqui outro aspecto daqueles membros da igreja de Éfeso, a fidelidade.

A palavra aqui traduzida como fieis, poderia também ser traduzida como crentes, pois é o radical que designa fé. Contudo, acredito que fiéis seja uma boa tradução desde que compreenda-se o que está em jogo nesta palavra. A idéia aqui expressa é o exercício da fé. Paulo então estava afirmando assim: “aos santos que vivem em Éfeso e aos que exercitam sua fé em Cristo”. Logo, vemos aí algo tremendo e poderíamos dizer que fidelidade é o exercício da fé!

Depois de entendermos isto, podemos atentar para o terceiro ensinamento sobre o nosso tema, estar em Cristo é ser fiel a Jesus. Ser fiel no sentido que acabei de explicar, ou seja, de exercitar a fé em Jesus.

É ser fiel nos dízimos, é ser fiel no cumprimento da Palavra do Senhor, aos compromissos assumidos na Casa do Senhor, numa vida de oração, numa vida de leitura e estudo da Bíblia, ao culto do Senhor etc...

Quando penso nestas coisas fico preocupado, pois se fidelidade é o exercício de nossa fé e quando as coisas financeiras apertam e nós deixamos de devolver o dízimo, quando deixamos de vir à igreja por causa de alguma outra atividade, quando não participamos das reuniões de oração, dos estudos do meio da semana, dos cultos nos lares etc, estamos na verdade não exercitando nossa fé. E quando deixamos de exercitar nossa fé, ficamos espiritualmente fracos, vazios, tristes, desanimados, cabisbaixos, sem esperança e por aí vai.

Não adianta falarmos que somos de Jesus se não exercitamos nossa fé, se não somos fiéis ao Senhor, pois estar em Cristo é ser fiel. E você tem sido fiel?

Concluindo

No início do texto de Efésios já podemos ver alguns pressupostos de algo que é fundamental na vida de todo cristão, o estar em Cristo. E estar em Cristo é pela vontade de Deus, é ser santo e é ser fiel. Calvino afirmava o seguinte: “ninguém pode ser santo se não for também um crente”, ou seja, uma pessoa fiel.

Precisamos no meio deste turbilhão que vivemos nos dias atuais, atentar ao que a Palavra de Deus diz a respeito de uma vida e uma relação com Ele e não ficarmos sendo levados por ventos de doutrinas, ou engodos humanos que nos levam a falácias, pois são motivados por interesses escusos totalmente díspares com a vontade de Deus.

Viva esta comunhão real com Cristo, pois quando Ele entra em nossa vida passamos a vive em Cristo, termos uma vida santa e exercitar a fé, sendo uma pessoa fiel a Ele.

Rev. Marcio Tenponi Pacheco

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©2007 '' Por Elke di Barros